Negócios

Fiat pode ser negociada por fabricante chinesa GAC

Fontes italianas e brasileiras sugerem que a negociação já está em curso, incluindo visitas de delegações ao país

Fiat: e GAC: diretor de comunicação da FCA, Marco Antônio Lage afirma que a empresa no Brasil desconhece qualquer movimentação nesse sentido (Arquivo)

Fiat: e GAC: diretor de comunicação da FCA, Marco Antônio Lage afirma que a empresa no Brasil desconhece qualquer movimentação nesse sentido (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2017 às 10h17.

Notícias que chegam de diferentes lugares dão conta de que a FCA (Fiat Chryslers Automobiles, conglomerado que inclui as marcas Fiat, Chrysler, Jeep, Dodge, Alfa Romeo, Lancia e Iveco, entre outras) estaria negociando suas operações com a fabricante chinesa GAC (Guangzhou Automotive Group China).

A primeira informação nesse sentido surgiu em maio do ano passado, quando o jornal italiano Il Giornale de Milão, afirmou que o grupo chinês teria planos de fazer uma oferta pelo controle da empresa ítalo-americana. A GAC já é sócia da FCA, produzindo os modelos Jeep Cherokee e Renegade, na China. E, segundo o jornal, a GAC teria interesse em estreitar os laços com a parceira ocidental.

No Brasil, o assunto esquentou esta semana em razão de informações que chegaram à redação de Quatro Rodas vindas de diferentes fontes.

“Há dez dias, uma delegação de chineses está visitando a fábrica, andando pelos departamentos e participando de reuniões”, disse um funcionário que não quer se identificar.

“Terceirizados foram informados que os contratos existentes serão cancelados e renegociados com os chineses que compraram parte da fábrica”, afirmou o empregado de um fornecedor. As fontes não conseguem confirmar se as negociações seriam de compra, fusão ou parceria e nem se isso ocorreria a nível mundial ou regional.

Oficialmente, o diretor de comunicação da FCA, Marco Antônio Lage afirma que a empresa no Brasil desconhece qualquer movimentação nesse sentido e que nega que exista alguma delegação chinesa visitando a fábrica de Betim. Segundo ele, “esse tipo de negociação, se houvesse, seria tratado com todo sigilo nos níveis mais altos do Grupo, na Europa”.

Para o diretor da consultoria KMPG, Ricardo Bacellar, esse tipo de notícias será cada vez mais comum, pois atualmente a indústria automobilística passa por um processo de busca de sinergias, assim como já ocorreu com os bancos, nos anos de 1990, e com as empresas de telefonia, nos 2000, no Brasil.

O SUV GS4, um dos lançamentos recentes da GAC Motors

O SUV GS4, um dos lançamentos recentes da GAC Motors (Reprodução/Internet) (Reprodução da web)

No caso particular da indústria automobilística, ele lembra que recentemente houve a compra da Opel pela PSA e que a própria FCA é fruto da união da Fiat com a Chrysler.

De acordo com Bacellar, as empresas procuram parcerias por diferentes razões: seja para ganhar eficiência operacional com a expansão dos volumes produzidos; pelo aumento da eficiência financeira com a racionalização de departamentos como o de RH; o crescimento do poder de negociação do departamento de compras; e para entrar em novos mercados ampliando penetração dos produtos em novas regiões.

No caso específico da FCA e dos chineses, um casamento poderia gerar bons frutos para as duas partes uma vez que a FCA poderia aumentar sua presença no mercado chinês (o maior do mundo), enquanto a GAC entraria no Brasil, um mercado que, apesar da crise, ainda é considerado um dos mais relevantes do planeta.

A FCA também é uma oportunidade para os chineses ganharem uma porte de entrada para os Estados Unidos, o segundo maior mercado depois da China. Se essa união vai acontecer, só o tempo vai dizer. Mas como diz o ditado popular, onde há fumaça há fogo. A espera pode ser breve.[

Este conteúdo foi originalmente publicado no site da Quatro Rodas.

Acompanhe tudo sobre:Alfa RomeoCarrosChryslerDodgeFiatJeepMontadoras

Mais de Negócios

Com fritadeira elétrica, Shopee bate recorde de vendas no "esquenta" da Black Friday

Com linha de dermocosméticos para pele negra, ela quer empoderar mulheres por meio da beleza

“Disneylândia do Palmito” reúne gastronomia, turismo e lazer no interior paulista

Changan anuncia investimento de US$ 6,9 Bilhões em soluções de mobilidade e tecnologia