Exame Logo

Executivos veem a inteligência artificial como um “divisor de águas”

Pesquisa encomendada pela Lenovo à IDC aponta o Brasil como líder de investimentos em infraestrutura de IA na América Latina. Veja quais serão as áreas mais impactadas

João Bortone, da Lenovo ISG: “não existe IA sem uso de dados” (Lenovo /Divulgação)
EXAME Solutions

EXAME Solutions

Publicado em 19 de junho de 2024 às 11h00.

Última atualização em 19 de junho de 2024 às 12h57.

Mais do que uma onda ou uma simples inovação, a inteligência artificial (IA) veio para ficar – e quem diz isso são as lideranças tecnológicas das empresas. Em pesquisa recente encomendada pela Lenovo à consultoria IDC, 95% dos líderes de TI brasileiros ouvidos pelo estudo disseram que já investem ou planejam investir em IA.

Além disso, 57% dos entrevistados veem a tecnologia como “um divisor de águas”, transformando radicalmente a forma como as organizações fazem negócios.

Veja também

Ao todo, 500 CIOs, lideranças de TI e tomadores de decisão em tecnologia foram ouvidos pelo estudo, que buscou compreender o panorama geral da IA na América Latina.

95% dos líderes de TI brasileiros já investem ou planejam investir em IA

“Apesar de não ser nova, a tecnologia de inteligência artificial teve sua explosão com a IA generativa, e deve estar na agenda de todos os executivos porque ela se aplica em praticamente tudo. A IA tem o poder de mudar o jogo e levará a sociedade para uma nova era, além de ser propulsora de novos negócios”, ressalta João Bortone, presidente da divisão Lenovo ISG na América Latina.

A IA no Brasil

Como em muitos aspectos, o Brasil se destaca frente ao resto do continente: de acordo com os dados apurados pela IDC, o país vai liderar os investimentos em infraestrutura de inteligência artificial em 2024, chegando a aportes de aproximadamente US$ 240 milhões – ou 38% do total gasto pela região nessa área.

É um valor que se justifica pela maneira como a IA afetará diversos setores: segundo a pesquisa, 58% dos líderes ouvidos acreditam que a tecnologia terá impacto significativo nas áreas de segurança cibernética, detecção de ameaças e automação e eficiência de processos, além da personalização e experiência do cliente.

US$ 240 milhões será o investimento do Brasil em infraestrutura de IA em 2024 – ou 38% do total gasto pela região

Os desafios da IA

Destinar recursos financeiros para adotar IA, porém, não é suficiente. A implementação e o uso da inteligência artificial dentro das empresas trazem diversos desafios humanos, tecnológicos e de negócios para as discussões.

Não à toa, os executivos brasileiros ouvidos pelo estudo da IDC listaram a falta de capacitação sobre IA, a preocupação sobre a tomada de empregos pela tecnologia e a dificuldade de montar cases de negócios para usar a inovação como os principais desafios para implantar a novidade.

Além disso, temas como plataformas de dados confiáveis (tanto do ponto de vista de segurança quanto de privacidade), segurança e remodelagem da força de trabalho apareceram como obstáculos ou questões na hora de usar a inteligência artificial.

Na visão de João Bortone, da Lenovo ISG, um ponto importante é o fato de que adotar inteligência artificial não deve ser uma simples virada de chave, mas sim um processo estruturado, que começa com a organização dos dados da empresa.

“Não existe IA sem uso de dados. Algumas empresas já possuem estruturas bem elaboradas, mas outras ainda precisam trabalhar os dados para poder aplicá-los em um modelo de treinamento e aprendizado de máquina”, destaca o executivo.

Outra questão importante, na visão de Bortone, é a infraestrutura utilizada não só para hospedar esses dados, mas também para realizar o trabalho de processamento deles com inteligência artificial. O executivo recorda que, durante os primeiros meses da pandemia, muitas organizações fizeram o esforço de digitalizar suas informações e hospedá-las em infraestruturas de nuvem públicas.

“É um modelo que traz uma série de facilidades, especialmente para acesso remoto, mas quando você precisa lidar com uma massa grande de dados, você tem implicações não só no custo, mas na velocidade do processamento”, afirma o presidente da divisão Lenovo ISG na América Latina.

Além da economia, outro ponto de preocupação das organizações ao usar essas estruturas é com a segurança e a privacidade dos dados – especialmente levando em consideração modelos de governança de diferentes indústrias.

Computação nas bordas

Na visão de Bortone, há um caminho que vem sendo adotado para mitigar essas questões: o uso de computação nas bordas (edge computing), que permite que os dados não só sejam captados localmente, mas também interpretados ali mesmo, garantindo decisões rápidas. É como se, no lugar de enviar todo um set de dados para uma aplicação na nuvem, os servidores locais de uma empresa executassem a aplicação no servidor local, e enviassem apenas parte dos resultados para a nuvem.

“Pense num supermercado, por exemplo: uma só sede pode gerar muitas informações interessantes que podem gerar tomadas de decisões interessantíssimas para novas fontes de receita. A ponta por si só já é capaz de gerar muita inteligência, além de reduzir a latência para os resultados”, afirma o executivo. “Existem inúmeras possibilidades, mas este é um modelo que pode trazer muita riqueza de ideias para onde está o usuário.”

Reforçando essa estratégia, a pesquisa da IDC encomendada pela Lenovo já prevê um salto de 51% nos gastos com computação nas bordas entre 2023 e 2024, especialmente em casos de uso como dispositivos de internet das coisas (IoT), varejo e automação industrial em manufatura.

Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA na América Latina, Charles Ferland vice-presidente e general manager de Edge Computing e Telecomunicacões da Lenovo, Luciano Ramos, country manager da IDC Brasil e Claudio Stopatto, country manager para Lenovo ISG Brasil. (Lenovo/Divulgação)

Seja qual for o setor, a Lenovo atua ao lado de uma série de parceiros para auxiliar os clientes a entender as melhores soluções. “Podemos sentar tanto com clientes que já têm um caminho claro quanto quem precisa entender novas tecnologias para lidar com seus problemas de negócios”, destaca Bortone.

Muitas aplicações de IA têm sido desenvolvidas a partir de desenvolvedores de software independentes, e desenvolvidas tanto de forma nativa na nuvem pública quanto em datacenters e nuvens privadas. A pesquisa indica que 85% dos CIOs latino-americanos fogem da nuvem pública ao planejar suas implementações de IA, preferindo a nuvem híbrida ou privada.

"Não há moda nem bolha: o que existe hoje é uma revolução que impacta as empresas"Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da Nvidia na América Latina

Entre os parceiros da Lenovo, vale destacar a presença da Nvidia, uma das principais referências de infraestrutura de inteligência artificial na atualidade.

“Não há moda nem bolha: o que existe hoje é uma revolução que impacta as empresas – o que gera muitas dúvidas nas organizações, claro. A Nvidia e a Lenovo têm uma abordagem técnica para ajudar a resolver essas questões e ir adiante”, destacou Marcio Aguiar, diretor da divisão  Enterprise da Nvidia na América Latina, em evento realizado em maio em São Paulo e que marcou o lançamento da pesquisa da IDC para a imprensa.

Acompanhe tudo sobre:branded-content

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame