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Essa empresa do RS criou plataforma para quem quer 'adotar' prédios danificados pela enchente

A plataforma já identificou 34 unidades de saúde e 167 escolas danificadas pelas cheias só em Porto Alegre; veja como a sua empresa pode investir na reconstrução desses centros e instalações

Venícios Santos, diretor de Negócios da Codex: “Não cobramos para fazer essa plataforma e precisamos apenas da liberação de dados de outras prefeituras para estender o serviço para as outras cidades, além da capital” (Codex/Divulgação)

Venícios Santos, diretor de Negócios da Codex: “Não cobramos para fazer essa plataforma e precisamos apenas da liberação de dados de outras prefeituras para estender o serviço para as outras cidades, além da capital” (Codex/Divulgação)

Publicado em 4 de junho de 2024 às 08h00.

Última atualização em 5 de junho de 2024 às 16h12.

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Para ajudar o estado do Rio Grande do Sul na luta pela reconstrução, além de salvar vidas de pessoas e animais das enchentes, o estado está chegando no momento de apoio à infraestrutura. Pensando em como ajudar o estado neste setor, a Codex, empresa gaúcha que desenvolve plataformas digitais e de consultorias de governança de dados, desenvolveu uma plataforma chamada “Reconstruir” a pedido da prefeitura de Porto Alegre. A plataforma mapeia danos em infraestrutura pública e facilita a conexão com a iniciativa privada para reparos.

“Por meio da plataforma ‘Reconstruir’ será possível ver quais hospitais, escolas, centros de saúde e de lazer que foram mais atingidos e que tipo de investimento precisam receber do poder privado”, afirma Venícios Santos, diretor de Negócios da Codex, que reforça que a iniciativa integra o “Programa Porto Alegre Forte” que conecta quem quer ajudar a capital gaúcha às principais obras necessárias neste momento de calamidade.

A empresa de tecnologia já atua há 17 anos com cartografia digital (imagens por satélite) e recentemente com dados, e por meio dessa plataforma disponibiliza em tempo real os impactos de cada região e de cada instalação.

“A ideia desse mapeamento é mostrar hoje para a iniciativa privada qual infraestrutura eles podem acolher, porque sabemos do desafio da burocracia com as aquisições públicas. Então, por mais que uma empresa faça uma doação para o setor público, ele vai ter que seguir um processo licitatório”, diz Santos. “Por isso tivemos a ideia de conectar a iniciativa privada pra que ela possa executar essa obra de forma mais rápida para que os serviços públicos voltem a funcionar com mais celeridade”.

Por que o serviço começou em Porto Alegre?

A parceria entre a Codex e a prefeitura de Porto Alegre é antiga, segundo Santos. A empresa de tecnologia já realizou diferentes serviços relacionados ao meio ambiente, dados da Fazenda, empresa de trânsito, entre outras instituições. A plataforma “Reconstruir”, por exemplo, já é o segundo serviço que a companhia entrega durante essa crise climática no estado.

“No dia 5 de maio a secretaria da prefeitura da capital nos pediu apoio para levantar dados oficiais sobre os impactos da inundação. Lançamos, então, uma página que hoje traz informações sobre as cheias na capital, como nível do rio Guaíba e impactos econômicos”, afirma Santos que diz que a página já conta com mais de 70 mil acessos.

Quando o app chegará em outras cidades?

A empresa atua com dados em cinco temas: cidades, infraestrutura e gás, meio ambiente, mudanças climáticas e governança de dados, atendendo tanto o setor público (Ibama, Ministério da Economia) quanto o privado (Gerdau, iFood, Vale).

“Com a situação do Rio Grande do Sul, estado onde a companhia foi criada e se estabeleceu, estamos trabalhando fortemente com os temas cidades, infraestrutura e mudanças climáticas. Não cobramos para fazer esse serviço e precisamos apenas da liberação de dados para estender para as outras cidades, além da capital”, diz Santos que afirma que a empresa já entregou mais de 300 projetos em 4 anos, no Brasil e em mais cinco países.

Só na capital, a plataforma já identificou 34 unidades de saúde e 167 instituições educacionais danificadas pela enchente, das quais mais de 150 mil pessoas dependem.

“Sabemos que o retorno às atividades dependem das condições climáticas, mas precisamos nos organizar e nos preparar para a reconstrução do estado. Não estamos falando apenas de prédios e estruturas. Estamos falando da história da cidade e da retomada de vida do povo gaúcho”, diz o executivo que vive na capital.

Para ver as instalações e centros que precisam de ajuda do poder privado, acesse a plataforma "Recontruir".

Negócios em Luta

A série de reportagens Negócios em Luta é uma iniciativa da EXAME para dar visibilidade ao empreendedorismo do Rio Grande do Sul num dos momentos mais desafiadores na história do estado. Cerca de 700 mil micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolam o estado desde o fim de abril.

São negócios de todos os setores que, de um dia para o outro, viram a água das chuvas inundar projetos de uma vida inteira. As cheias atingiram 80% da atividade econômica do estado, de acordo com estimativa da Fiergs, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

Os textos do Negócios em Luta mostram como os negócios gaúchos foram impactados pela enchente histórica e, mais do que isso, de que forma eles serão uma força vital na reconstrução do Rio Grande do Sul daqui para frente. Tem uma história? Mande para negociosemluta@exame.com.

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