Luiz Schwab, Kelvin Blac e Eduardo Muniz, da VMtecnologia: expansão para outros países da América Latina no radar para 2025 (Divulgação/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 27 de novembro de 2024 às 11h20.
Última atualização em 27 de novembro de 2024 às 16h48.
A pandemia alterou a maneira como as pessoas usam máquinas de autoatendimento, as vending machines.
Antes vistas como uma comodidade, essas máquinas tornaram-se essenciais em um cenário onde a redução de contato físico se tornou prioridade. Globalmente, o mercado de vending machines deve movimentar mais de US$ 30 bilhões até 2024.
No Brasil, o setor cresceu para R$ 1,3 bilhão em 2020, com a demanda por formas de pagamento sem contato, e o surgimento de novos produtos, como máscaras e álcool em gel.Essas máquinas, que oferecem desde bebidas como refrigerantes até refeições rápidas, precisam de tecnologia para funcionar adequadamente: processar pagamentos, monitorar o estoque e sinalizar problemas técnicos.
"A pandemia acelerou a mudança de comportamento do consumidor, que procurava soluções mais práticas e seguras. As empresas viram uma oportunidade de modernizar as máquinas e melhorar o atendimento aos clientes", diz Eduardo Muniz, CEO da VMtecnologia.
A VMtecnologia nasceu com a missão de modernizar o mercado de vending machines no Brasil.
Fundada em Curitiba em 2011, a empresa oferece uma plataforma digital, VMpay, que conecta as máquinas à internet e monitora, em tempo real, o desempenho delas: o que foi vendido, quando a máquina precisa ser reabastecida ou se há falhas técnicas.Desde 2020, a VM expandiu sua atuação para novos mercados, como micro mercados em condomínios e lavanderias de autoatendimento, além de máquinas de diversão, como gruas de pegar pelúcias.
A empresa tem 25 mil máquinas conectadas e tem presença em 27 estados do Brasil. “Nosso foco é ajudar os operadores a otimizar a operação das máquinas. Eles sabem o que vender, onde vender e quando repor. Isso reduz perdas e aumenta a rentabilidade”, afirma Muniz.
A história da VM começou em 2011 sob o nome de Verti, quando seus fundadores — Eduardo Muniz, Luiz Schwab e Celso Romão — trabalhavam com o controle de acesso a salas VIPs de aeroportos. O produto segue no portfólio da empresa.
Em 2014, após perceberem uma oportunidade no mercado de vending machines no Brasil, os sócios decidiram desenvolver uma tecnologia própria para atender a essa demanda. "As vending machines no Brasil não estavam preparadas para o sistema de pagamento do país. Foi aí que decidimos criar nossa própria solução", diz Muniz.
O VMpay foi o primeiro produto da VM, combinando um sistema de pagamento com telemetria. Telemetria é a tecnologia que permite monitorar remotamente as máquinas, como saber se a máquina precisa de reabastecimento, se está funcionando corretamente ou quanto faturou em determinado período.
A empresa deixou de atuar com outros produtos e passou a focar exclusivamente no mercado de vending machines, mudando seu nome para VMtecnologia.
Mais recentemente, em 2021, Kelvin Blac entrou para a VM Tecnologia após atuar em empresas como Stone e Ebanx, especializando-se em estratégias comerciais e financeiras. Na VM, ele tem focado em expandir a atuação da empresa na América Latina.
A VM se destaca por seu modelo de negócios simples:
Em 2024, a VM foi incluída no ranking Negócios em Expansão da EXAME, ocupando a 53ª posição. A empresa alcançou uma receita líquida de R$ 18,5 milhões em 2023, um crescimento de 63% em relação ao ano anterior.
Esses números refletem a expansão acelerada da empresa e o sucesso de seu modelo de negócios, que vem se consolidando cada vez mais entre os operadores de máquinas de autoatendimento.
"Estar no ranking da EXAME é um reconhecimento importante para nós. Mostra que nossa tecnologia está resolvendo problemas reais e gerando valor para os nossos clientes", afirma Muniz.
Em abril de 2024, a VM foi adquirida pela Nayax, uma empresa israelense de soluções de pagamento para autoatendimento, por R$ 110 milhões. A Nayax, com operações em 120 países e mais de 1,3 milhão de máquinas conectadas, é líder mundial nesse segmento.
"Agora, com a Nayax, teremos acesso a tecnologias que antes eram inviáveis no Brasil. Isso nos permitirá crescer ainda mais", diz Muniz.
A partir dessa aquisição, a VM se prepara para lançar uma nova linha de produtos voltados para restaurantes e cafés que queiram adotar o modelo de autoatendimento.
"Vamos começar a oferecer totens e soluções de pagamento para o setor de alimentação, com a mesma filosofia de autoatendimento que aplicamos nas vending machines", diz Muniz. "O objetivo é aumentar a conveniência para os consumidores e a rentabilidade para os operadores."
Além disso, a empresa está apostando em novos mercados, como lavanderias autônomas e pequenos mercados em condomínios.
"Nosso foco agora é dar aos estabelecimentos comerciais uma solução completa para que possam operar sem a necessidade de muitos funcionários, otimizando suas operações e aumentando a eficiência", diz Muniz.
A VM também planeja expandir para outros países da América Latina. Além disso, a empresa começará a realizar testes em novos modelos de pagamento para micro mercados e restaurantes no início de 2025.
Um piloto será iniciado com um lojista de pequeno porte, com planos de expandir para o mercado nacional ainda no primeiro semestre de 2025. A previsão é que a solução híbrida, que integra tanto o autoatendimento quanto o atendimento assistido, atenda a bares, food trucks e lanchonetes, com uma receita mensal entre R$ 50 mil e R$ 250 mil.Com 25 mil máquinas conectadas no Brasil e uma nova fase após a aquisição pela Nayax, a VMtecnologia está pronta para se consolidar como líder no mercado latino-americano de autoatendimento.
A aposta da empresa é que seus novos totens híbridos, que combinam o autoatendimento com uma frente de caixa móvel ou fixa, podem revolucionar o atendimento no Brasil e em outros países da região.
"Nosso objetivo é simplificar a operação de nossos clientes, reduzir custos e aumentar a experiência do consumidor. E, com a Nayax, temos o respaldo global para levar essa tecnologia a novos mercados", diz Muniz.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.
Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.
A análise considerou os negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.
São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros.