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Em que as empresas pecam na hora de engajar os funcionários

Veja os maiores desafios enfrentados pelas empresas para motivar e envolver a equipe, segundo levantamento do Hay Group


	Engajamento: empresas que engajam equipes com sucesso podem ter receitas até 4,5 vezes maiores que as demais
 (ThinkStock)

Engajamento: empresas que engajam equipes com sucesso podem ter receitas até 4,5 vezes maiores que as demais (ThinkStock)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 25 de abril de 2015 às 10h08.

São Paulo - Empresas que engajam e capacitam seus funcionários com sucesso podem ter receitas até 4,5 vezes maiores do que as demais. Conseguir fazer isso, porém, está cada vez mais difícil, segundo o Hay Group.

Hoje, a forma como os funcionários pensam, o que eles valorizam e o que os motiva é bem diferente de alguns anos atrás.

Para a consultoria, essa transformação está acontecendo principalmente devido à influência de seis fatores: o estilo de vida digital, a convergência tecnológica, as mudanças demográficas, a globalização e o impacto ambiental.

Com base nessas tendências e em informações de seu banco de dados, o Hay Group identificou quais são os maiores desafios que as companhias enfrentam para incentivar e envolver os trabalhadores e como eles podem ser superados.

Foram levadas em conta avaliações de mais de 968.000 pessoas de 171 organizacionais, colhidas entre 2013 e 2104.

Transparência

De acordo com o estudo, um dos pontos em que os empregadores mais falham é a transparência. Quase metade (43%) dos pesquisados pensa que sua empresa não tem critérios definidos para avaliar o desempenho dos funcionários e 67% deles duvidam que as promoções sejam gerenciadas de forma justa e clara.

Além disso, 45% acreditam que não recebem um salário compatível com o mercado e 48% não acham que a companhia tem uma comunicação aberta e transparente, de um modo geral.

Reverter esse cenário, defende a consultoria, passa por levar a transparência a três níveis: organizacional (ao interagir com os clientes), executivo (ao comunicar os colaboradores sobre mudanças e estratégia) e pessoal (ao falar com cada um deles sobre políticas que, de alguma forma, vão impactar suas vidas).

Agilidade

Em meio a transformações que acontecem o tempo todo, principalmente graças à tecnologia, reagir rápido é determinante para as empresas. Isso porque, segundo o Hay Group, qualquer mudança traz incertezas e desperta na equipe uma sede por informações - que precisam ser transmitidas o quanto antes.

Entretanto, essa agilidade está em falta no mercado, na opinião dos empregados. Dos ouvidos, menos da metade (47%) afirma que as decisões acontecem sem atraso onde trabalham e 41% acham que elas não são tomadas pelos níveis hierárquicos adequados.

E 33% ainda relatam que companhia não responde com eficácia às alterações no ambiente de negócios.

Contornar esse obstáculo, segundo prega a consultoria, depende de treinar bem os funcionários e envolvê-los, desde os níveis de base, nos processos de tomada de decisão.

Colaboração

Por conta da diversidade de gerações que hoje compõem a força de trabalho e dos avanços que possibilitaram o home office, a colaboração entre trabalhadores tem se tornado mais complicada.

Só com uma cultura definida e com as plataformas, processos e treinamentos certos é que os funcionários estarão preparados para fechar essa lacuna, defende o Hay Group.

De fato, quase metade (48%) dos ouvidos disse que não há cooperação entre áreas distintas e 49% alegaram que não recebem nem mesmo o apoio dos setores dos quais dependem.

Do total, 44% ainda criticaram a comunicação entre os diversos departamentos.

Inovação

A inovação é outro ponto crucial em que as companhias não têm apresentado bons resultados, aos olhos dos colaboradores.

Ao mesmo tempo em que 44% deles não acreditam atuar em empresas que inovam nos métodos operacionais internos, 43% reclamam que boas ideias e sugestões não são colocadas em prática.

Segundo o Hay Group, para mudar essa percepção, os líderes devem demonstrar que apoiam quem corre riscos, estimular metas e reconhecer e recompensar projetos inovadores.

Produtividade

Ainda que inovar seja essencial, o foco no desempenho operacional, no dia a dia da organização, não pode ser perdido. Essas duas forças opostas precisam estar balanceadas, diz o Hay Group.

Grande parte dos trabalhadores, porém, não enxerga esse equilíbrio. Enquanto 53% dizem que a quantidade de pessoas não está adequada para o volume de trabalho em suas companhias, 36% também dizem que elas não são administradas de forma eficientes.

Garantir altos níveis produtividade depende de decisões ousadas por parte da liderança, segundo a consultoria. Combinar foco no bem-estar da equipe, flexibilidade sobre o horário e local de trabalho e, do outro lado, cobrança e avaliação de resultados, pode ser uma alternativa. 

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