A expansão da unidade Serra Azul contempla a construção de nova planta de beneficiamento com capacidade para 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano (Andre Valentim/EXAME)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2011 às 17h53.
São Paulo - O empresário Eike Batista, do grupo EBX, afirmou que estuda uma parceria com a Vale para interconectar o porto do Açu com ferrovias administradas pela mineradora.
Segundo ele, apesar de a Vale e empresas do grupo EBX concorrerem em alguns segmentos, a interligação é uma boa oportunidade para melhorar a logística das empresas e do país.
Esse projeto envolveria as ferrovias FCA (Ferrovia Centro Atlântica) e MRS Logística, administradas pela Vale.
"Em breve, vocês terão novidades. Quem sabe amanhã, no final do dia", disse ele sem revelar valores nem o prazo para implantação do projeto.
"Seria uma oportunidade de conectar o Açu à Minas Gerais, São Paulo e muito mais. Temos que aproveitar a força dessas empresas, pararmos de discutir porque somos eventuais concorrentes e pensar: se o resultado é bom para o Brasil e dá para ganhar dinheiro, é bom", afirmou Eike.
Ele antecipou que a sua empresa está realizando estudos sobre potenciais volumes de cargas que seriam transportadas a partir da interligação, para apresentar à mineradora.
"Eventualmente poderíamos participar com alguma parte do investimento, para fazê-la (a interconexão), que achamos adequado. O problema do empresário brasileiro é sempre: vai fazer um puxadinho? Não, não vou não. Se puder, uma estrada de ferro de bitola larga para conectar com o Brasil inteiro é muito melhor", disse Eike.
Segundo ele, o projeto conceitual prevê a construção de um ramal de aproximadamente 40 km ligando a cidade de Campos até o porto do Açu, e o corredor litorâneo já existente teria que ser reativado.
O porto do Açu, localizado na cidade de São João da Barra, no Norte Fluminense, deve começar a operar no ano que vem.
O projeto prevê a criação no local de um pólo industrial voltado para a produção de navios de grande porte, equipamentos para indústria de óleo e gás e do setor automotivo.
Segundo Eike, com a expansão do mercado de petróleo e gás no Brasil, a indústria de produção de automóveis está perdendo espaço para a indústria de máquinas e equipamentos voltados ao mercado petrolífero.
"O mercado de óleo e gás está crescendo, e bombas, compressores e motores à diesel, todos os equipamentos necessários para uma unidade de produção de petróleo, ainda não são fabricados no Brasil", disse.