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Depois de quase quebrar, professora cresce 158% e fatura quase meio milhão por ano

Márcia Santana é dona da MSO Ensina, empresa que oferece cursos preparatórios e dá aulas de reforço escolar

Márcia Santana de Oliveira, da MSO Ensina: quero abrir o meu colégio (MSO/Divulgação)

Márcia Santana de Oliveira, da MSO Ensina: quero abrir o meu colégio (MSO/Divulgação)

Estímulo
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Estímulo

Publicado em 23 de dezembro de 2023 às 09h00.

A história de Márcia Santana de Oliveira, uma carioca de 52 anos, é um retrato dos muitos desafios que os empreendedores precisam superar para realizar os seus sonhos. Desde 2016, ela comanda a MSO Ensina, um centro de aprendizagem escolar. 

Até chegar ao patamar atual, ela teve que transpor algumas barreiras que adiaram o sonho de inspirar outras pessoas, assim como uma professora de matemática tinha feito ao longo dos seus estudos. Logo após terminar o ensino médio, Oliveira começou a estudar química, porém desistiu de seguir com os estudos quando engravidou aos 18 anos de idade.

Por anos, se dedicou a cuidar dos filhos e trabalhou em um emprego longe do ramo da educação. Quando eles chegaram aos 18 anos, ela decidiu que era o momento de ir atrás do sonho de se formar e se tornar professora. 

Aos 42 anos, retornou ao universo universitário, na faculdade de matemática. Em meio ao curso, tirou uma dispensa médica de seis meses. Para não perder o ritmo e não ficar parada, começou a dar aula para a neta de uma amiga que estava com dificuldades na disciplina. 

O desempenho da pequena estudante melhorou muito, o que fez a mãe da menina indicar os serviços de Márcia para outras pessoas. Ela ainda não sabia, mas aquele seria o embrião para mais uma transformação em sua vida. 

Quando a professora se torna empreendedora

Foi dessa forma despretensiosa a MSO Ensina surgiu, hoje uma empresa estruturada de educação que vende cursos preparatórios para colégios militares e federais, além de oferecer aulas de reforço escolar. Entretanto, nem tudo foi tão profissionalizante assim. 

No início, cuidar da parte administrativa era um grande desafio para Márcia, que atuava de maneira informal atendendo a domicílio e  cobrando R$ 20 por hora-aula. Sem um controle adequado das finanças, chegou a ficar endividada e passou a trabalhar de domingo a domingo para reverter a situação. 

“Eu paguei todas as dívidas e juntei uma quantia em dinheiro. Mas foi na época da pandemia que consegui dar a volta por cima. Afinal, eu não precisava perder mais tempo com deslocamento e consegui aumentar o número de pessoas atendidas por dia dando aula online”, afirma.

No pós-pandemia, deu início à estruturação do negócio e alugou uma sala em uma galeria, um movimento bem-sucedido e que atraiu novo público, para além das aulas de matemática. O espaço ficou pequeno e ela decidiu mudar para um maior.

Apoio financeiro e ampliação do negócio

A expansão foi viabilizada pela obtenção de capital no fundo de impacto Estímulo, modelado no conceito de blended finance - união de doações e investimentos de impacto. Os novos recursos impulsionaram o negócio e permitiram a contratação de outros profissionais.  

Hoje, a MSO é formada por sete pessoas, entre professores de física, biologia e química, língua portuguesa e monitor. E a receita mais do que dobrou, de R$12.000 para R$27.000.

O diferencial dos cursos está no trabalho individualizado, com um modelo que aposta em turmas reduzidas, com uma média de três alunos por professor, e atividades práticas, principalmente nas áreas de exatas. “Prática e realização de muitos exercícios rotineiramente fazem com que os alunos tenham sucesso e, consequentemente, a empresa cresça com rapidez”, afirma Oliveira.

Para este ano, a empresa deve fechar com um  crescer em torno de 60%, com um faturamento próximo a R$ 500.000.

Numa visão de futuro, a empresária pretende acrescentar outros projetos no curso como Robótica e abordagem STEAM, acrônimo para ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática. Além disso, quer voltar a ensinar para crianças com poucos recursos e tem planos de montar um colégio. Para essa nova frente, Márcia quer destinar 10% das vagas à crianças carentes, com ensino de qualidade para formação em concursos e mercado de trabalho. 

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