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De imersão a SaaS: G4 Educação cresce 51% e chega aos R$ 200 milhões de receita em 2023

Mais significativo do que a expansão de receitas tem sido a evolução do resultado operacional. Em 2023, a empresa teve um lucro de 43 milhões de reais, 115% acima do ano passado

Bruno Nardon, Tallis Gomes e Alfredo Soares, fundadores do G4 Educação: aposta em tecnologia e visão de ser "Oracle das médias empresas" brasileiras (Divulgação/Divulgação)
Leo Branco

Editor de Negócios e Carreira

Publicado em 23 de dezembro de 2023 às 07h20.

A terça-feira, 19 de dezembro, foi um dia de muita comemoração no escritório do G4 Educação, na Vila Olímpia, zona oeste da capital paulista.

Naquele dia, um vídeo publicado nas redes sociais da empresa e na de alguns de seus executivos mostrou os funcionários comemorando o atingimento da meta de 200 milhões de reais em receitas em 2023 — 11 dias antes do fim do ano.

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O resultado é 50% acima do ano anterior, quando a empresa faturou 132 milhões de reais.

Mais significativo do que a expansão de receitas tem sido a evolução do resultado operacional. Em 2023, a empresa teve um lucro de 43 milhões de reais, 115% acima do ano passado, de acordo com a companhia.

“Tudo isso fez com que os funcionários do G4 ganhassem bônus em dois momentos no ano”, comemora Tallis Gomes, um dos fundadores da edtech. Hoje, 400 pessoas trabalham ali.

O que é o G4

O G4 foi fundado em 2019 por três veteranos do universo de startups brasileiras: Gomes (ex-Singu e Easy Taxi), Bruno Nardon (Dafiti e Rappi Brasil) e Alfredo Soares (Xtech e VTEX).

A companhia inovou o mercado educacional brasileiro com um portfólio que alia encontros presenciais e virtuais para empreendedores ou pessoas com interesse em ter um negócio.

O modelo da G4 tem três frentes. A primeira é a da educação em si. Num misto de aulas presenciais em dois pontos físicos de São Paulo e de conteúdos online, os alunos têm acesso a cursos livres sobre temas em alta na gestão de empresas.

A lista de conteúdos contempla boa parte das dores de cabeça de quem lidera uma empresa.

Estão ali mais de 20 opções de cursos sobre temas como estratégia, M&As, marketing, vendas, aceleração de uma empresa, gestão de pessoas — há um específico para empresas familiares.

Até um curso de oratória está no portfólio da companhia.

As aulas são ministradas muitas vezes pelos próprios fundadores ou por gente de mercado com alguma experiência no assunto.

Para além dos cursos, a edtech tem dois outros pilares. Um deles é o G4 Club, um espaço de networking de empreendedores que já passaram pelos cursos.

Além disso, a empresa mantém o Skills, um software na nuvem que usa inteligência artificial para determinar trilhas de conhecimento personalizadas aos funcionários de empresas que, via de regra, são tocadas por alunos do G4.

Por que a empresa cresceu em 2023

Muito por causa do bochicho com ex-alunos falando bem do que viram nos cursos, o G4 virou sinônimo de megaevento para empreendedores nos últimos meses.

Numa delas, no início de dezembro, reuniu 14.000 deles em torno de palestras com referências do capitalismo brasileiro.

No palco do SP Expo, o maior pavilhão de exposições da capital paulista, subiram nomes como João Adibe, CEO da farmacêutica Cimed; Fabricio Bloisi, uma das mentes por trás do iFood; Paulo Guedes, ex-ministro da Economia, Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras; e Sofia Esteves, fundadora da Cia de Talentos e uma das mais conhecidas especialistas em recursos humanos do Brasi.

Em quatro anos, segundo os números do G4, mais de 45.000 gestores passaram pelos cursos da empresa, sendo que 7.000 destes foram em programas presenciais.

Nas contas do G4, esse grupo ao total lidera 4.500 empresas que, juntas, faturam 6,6 trilhões de reais — algo como 56% do PIB — e empregam 6,6 milhões de pessoas.

De 2019 para cá, essas empresas criaram 350.000 empregos, muito em função do 'choque de gestão' recebido pelas lideranças que viram alunos do G4.

A meta é chegar a 1 milhão de empregos até 2030.

Para onde vai o negócio em 2024

Para 2024, o guidance do G4 é chegar aos 300 milhões de reais em receita e 80 milhões de reais de resultado líquido ao negócio.

A estratégia para chegar lá passa pela expansão dos negócios que correm em paralelo aos cursos e imersões.

"A nossa visão é a de ser uma Oracle da empresa média" diz Gomes, fazendo referência à gigante americana com soluções em várias frentes das grandes corporações — do ERP à cloud computing.

Nessa linha, a estratégia é amplia as receitas oriundas da plataforma de treinamento corporativo Skills.

Em paralelo, Gomes aposta no produto Journey, no qual o time do G4 faz um diagnóstico de pontos de melhoria no negócio do aluno — e fica em cima monitorando os indicadores vitais da empresa para checar se o plano de trabalho está dando resultados.

"É uma extensão do SaaS (software as a service) ", diz Gomes. "Com ele, quisemos ter um Skills com mais high touch para o aluno não gastar o tempo dele fazendo qualquer coisa."

Com caixa sobrando, uma leva de aquisições está nos planos de Tallis. Em quatro anos, foi apenas uma aquisição, a de uma empresa de educação corporativa que deu origem ao Skills.

Agora, os sócios estão de olho em aquisições de empresas com softwares úteis para tocar um negócio, como de gestão de pagamentos, CRM e gestão de funil de vendas.

"Queremos educar e depois ensinar a pilotar o negócio com o apoio dos nossos softwares", diz ele.

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