Ovos na frigideira ovo (Joe Raedle/Getty Images)
Repórter
Publicado em 8 de fevereiro de 2025 às 09h10.
Nos supermercados dos Estados Unidos, a cena se repete: prateleiras vazias e avisos sobre a escassez de ovos. O motivo? Um surto de gripe aviária que já levou ao abate de mais de 100 milhões de galinhas, derrubando a oferta e disparando os preços.
O impacto é sentido no bolso dos consumidores e no mercado. Mas, enquanto muitos lamentam a escassez, algumas startups veem uma oportunidade única. Elas apostam em substitutos vegetais para os ovos, produzidos com proteínas vegetais ou fermentação de precisão.
Se antes esse mercado atraía principalmente consumidores veganos e preocupados com sustentabilidade, agora ele ganha força como uma alternativa mais segura em meio à instabilidade da produção convencional.
O fator preço também pesa. Em Nova York, o valor de uma dúzia de ovos chegou a US$ 7,24 (cerca de R$ 40 reais na cotação atual), um recorde histórico. Com isso, alternativas vegetais ganham espaço não só pelo apelo ambiental, mas também pela disponibilidade.
Diversas empresas já disputam o mercado de substitutos vegetais. Algumas são especializadas nesse segmento, enquanto outras atuam no setor de proteínas alternativas em geral. Segundo a plataforma de análise Crunchbase, são estes os destaques do mercado americano:
No Brasil, a startup N.ovo surgiu como uma spin-off do Grupo Mantiqueira, focada no desenvolvimento de proteínas alternativas de origem vegetal. A empresa ganhou destaque ao lançar um substituto para ovos 100% vegetal, ampliando depois seu portfólio para incluir maioneses e alternativas vegetais à carne de frango e porco.
JBS compra fatia da Mantiqueira e entra no setor de ovosEm um cenário de prateleiras vazias e valores em alta, os ovos vegetais não são apenas uma escolha sustentável — podem ser, simplesmente, a única opção disponível.
Com o risco de novos surtos de gripe aviária e preços voláteis, varejistas começam a considerar essas alternativas com mais atenção. O Just Egg, por exemplo, já está disponível em redes como Walmart e Whole Foods.
Se antes a maior barreira para esses produtos era a resistência do consumidor, agora o preço e a disponibilidade podem ser os fatores decisivos.