Negócios

Coty entra para o segmento de maquiagem no Brasil com Kylie Cosmetics

Nicolas Fischer, diretor executivo para a América Latina, afirma que este é “apenas o primeiro passo”

Além do Brasil, a nova marca deve também ser vendida no México, também com o apoio da Sephora (Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Além do Brasil, a nova marca deve também ser vendida no México, também com o apoio da Sephora (Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

KS

Karina Souza

Publicado em 13 de abril de 2022 às 08h30.

Última atualização em 14 de abril de 2022 às 12h49.

A Coty, multinacional de cosméticos dona de marcas como Risqué e Monange, inaugura a entrada no setor de maquiagem ao trazer a Kylie Cosmetics e a linha Kylie Skin para o Brasil. A ideia é aliar o alto conhecimento sobre as novas marcas – fundadas por Kylie Jenner, uma das maiores influenciadoras do mundo – ao conhecimento da Coty sobre o mercado brasileiro. O movimento deve ser o “primeiro passo” da gigante dos cosméticos no mundo da maquiagem, segundo Nicolas Fischer, diretor executivo da Coty para a América Latina.

Globalmente, no segundo trimestre fiscal, encerrado em dezembro de 2021, o segmento “premium” da multinacional cresceu 12%, impulsionado principalmente pela linha de maquiagem da Gucci e, em segundo lugar, pela Kylie Cosmetics. A volta ao varejo físico e às viagens impulsionou vendas principalmente nos Estados Unidos e China. Agora, o foco é colocar o Brasil nesse mapa. 

“A operação brasileira da Coty tem seis anos. As fragrâncias de luxo foram a nossa entrada inicial no mercado de tíquete médio mais alto. Kylie Cosmetics é o primeiro passo em maquiagem dentro dessa linha e o setor deve continuar sendo nosso foco para o futuro. São categorias cada vez mais valorizadas pela nova geração e vamos focar nelas”, diz Nicolas. Os produtos estarão disponíveis no Brasil a partir de 10 de maio e terão venda exclusiva pela Sephora. 

A ideia de trazer a marca para o Brasil veio a partir da análise da própria legião de fãs da influenciadora, que pertence ao “clã” Kardashian-Jenner. De acordo com a Coty, o Brasil é o terceiro maior público da fundadora da marca, perdendo apenas para os Estados Unidos e o Reino Unido. Comercialmente falando, o Brasil também representa o 4º maior mercado consumidor de beleza no mundo, o que abre espaço para aliar o conhecimento da multinacional acerca do país ao novo mercado a ser explorado.

Além do Brasil, a nova marca também já começou a ser vendida no México com o apoio da Sephora. Apesar de similares, os públicos têm algumas diferenças sutis. “Enquanto o público brasileiro foca mais nos olhos e na boca, o mexicano está mais focado na pele de modo geral, com base e pó compacto, por exemplo”, diz Nicolas.

A compra da Kylie Cosmetics pela Coty aconteceu em 2019, um negócio que se provou controverso pouco tempo depois. O resumo da história é que a influenciadora teria vendido a empresa com números inflados, que fizeram a multinacional avaliar a empresa em US$ 1,2 bilhão. Em 2020, os números divulgados pela companhia mostraram que o negócio era significativamente menor e menos rentável do que foi avaliado na época em que a participação foi adquirida. 

Águas passadas, o foco da Coty agora é continuar fazendo a marca crescer. E o momento (financeiro) não poderia ser melhor: a volta ao varejo físico impulsionou os resultados da multinacional, que voltou à trajetória de crescimento. O segundo trimestre fiscal da companhia trouxe lucro de US$ 261,4 milhões, ante o prejuízo de US$ 252,3 milhões no mesmo período do ano anterior. A receita cresceu 11,5% na comparação anual, chegando a US$ 1,57 bilhão nos três meses encerrados em dezembro. 

“A Kylie traz uma oportunidade de atuar em categorias que ainda não tínhamos aqui e é uma marca extremamente desejada pelos brasileiros. Em meio a um mercado bastante fragmentado, nosso foco é trazer esse destaque também na América Latina”, diz Nicolas.

Acompanhe tudo sobre:CotyKylie JennerMaquiagemSephora

Mais de Negócios

"Tinder do aço": conheça a startup que deve faturar R$ 7 milhões com digitalização do setor

Sears: o que aconteceu com a gigante rede de lojas americana famosa no Brasil nos anos 1980

A voz está prestes a virar o novo ‘reconhecimento facial’. Conheça a startup brasileira por trás

Após perder 52 quilos, ele criou uma empresa de alimento saudável que hoje fatura R$ 500 milhões