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Como a Eudora se tornou a marca que mais cresce do Grupo Boticário

O faturamento da marca alcançou 1 bilhão de reais em 2018. É a segunda maior do Grupo Boticário, maior rede de franquias do Brasil, e a que mais cresce

O grupo fechou o ano com faturamento de 13,2 bilhões de reais, um crescimento de 7% na mesma base (Getty Images/Getty Images)

O grupo fechou o ano com faturamento de 13,2 bilhões de reais, um crescimento de 7% na mesma base (Getty Images/Getty Images)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 15 de março de 2019 às 06h00.

Última atualização em 15 de março de 2019 às 09h23.

Enquanto algumas marcas de beleza buscam alcançar o público mais jovem e seguir as últimas tendências, a marca de maquiagens Eudora encontrou seu lugar em um mercado mais maduro.

Com marca voltada a mulheres que trabalham ou empreendem, o faturamento da marca alcançou 1 bilhão de reais em 2018. É a segunda maior marca do Grupo Boticário, maior rede de franquias do Brasil, e a que mais cresce.

Não há lançamentos constantes de batons e lápis para boca, como na marca Kylie Cosmetics, da Kylie Jenner, irmã de Kim Kardashian, ou apelo por produtos importados, como a marca MAC ou a loja Sephora.

A empresa também não atua fortemente com lojas voltadas ao consumidor final ou com o comércio eletrônico. Seu modelo é a tradicional venda direta.

Mas a fórmula segura e sóbria da Eudora funciona. Parte do sucesso da marca vem da reformulação de sua imagem. Quando foi lançada em 2010, a marca tinha apelo sensual, com embalagens pretas e rosa pink e lojas com iluminação fraca. “Era para ser uma Victoria’s Secret da maquiagem brasileira”, diz Ana Paula Tozzi, CEO da consultoria AGR Consultores.

O primeiro modelo não deu certo, por afastar consumidoras que acreditavam que o produto era importado e muito caro. A empresa fechou lojas voltadas ao consumidor final e criou espaços para as representantes abastecerem seus estoques. Há cerca de dois anos, a marca iniciou sua reformulação e passou a falar com mulheres mais maduras, "bem resolvidas", diz a consultora.

A mudança também fez a marca ser acessível a um público mais amplo, de diversas classes sociais. "A agilidade e velocidade que o presidente Artur Grynbaum colocou na empresa como um todo foi importante para dar certo", afirma ela.

Crescimento do Grupo

O grupo fechou o ano com faturamento de 13,2 bilhões de reais, um crescimento de 7% na mesma base, ou seja, sem a participação da Vult. Com a operação da Vult, o faturamento sobe para 13,7 bilhões de reais.

O número representa um crescimento de três vezes sobre o resultado de 2011, por conta do surgimento das novas marcas. A Eudora  foi aberta em 2010. A Quem Disse Berenice?, voltada às jovens e com cores mais ousadas, chegou no ano seguinte, junto com a The Beauty Box, multimarcas que vende produtos importados e premium.

Em 2018, o grupo adquiriu a Vult, com produtos mais acessíveis. Além das 4 mil lojas de Boticário e Quem Disse Berenice, o grupo também atua em 35 mil pontos de venda com os produtos da Vult. Cerca de 20% do faturamento do grupo vem dos novos negócios. "Saímos do mono para virar multi canal e multi marca. Esse modelo de grupo fez com que nosso mundo se expandisse", disse Artur Grynbaum em coletiva. 

A Natura, maior concorrente do grupo, tambem opera com diversos canais e marcas. Ela apresentou faturamento de 13,27 bilhões de reais em 2018, crescimento de 13,5%. Além da venda direta, a Natura atua com lojas físicas e comércio eletrônico. A empresa também é dona das marcas Aesop e The Body Shop.

A previsão do Grupo Boticário  para 2019 é crescer no mesmo ritmo do ano passado, de 7%. O grupo Boticário também planeja investir 300 milhões de reais no ano, principalmente em um novo centro de distribuição, em Varginha (MG).

 

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