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Com 3 mil lojas no mundo, Gap busca CEO e um recomeço

A varejista americana de moda vive uma longa crise que tem origem na ascensão de marcas de fast fashion como Zara e H&M

Loja da Gap: varejista tem queda de 30% nas ações em 2019 (Divulgação/Divulgação)

Loja da Gap: varejista tem queda de 30% nas ações em 2019 (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2019 às 05h59.

Última atualização em 21 de novembro de 2019 às 06h33.

São Paulo — A varejista de moda norte-americana Gap divulga resultados nesta quinta-feira em meio a uma maré de más notícias. Há menos de um mês, a Gap anunciou a saída de seu CEO, Art Peck. O executivo, que tinha 15 anos de casa e estava no comando da empresa desde 2015, não conseguiu reverter o mau momento da companhia, cujas ações negociadas na bolsa de Nova York caíram mais de 30% neste ano, para um valor de mercado na casa dos 6,3 bilhões de dólares.

O presidente do conselho de administração e filho dos fundadores, Bob Fisher, assumiu o cargo até que a empresa encontre um substituto para Peck. Além da Gap, a companhia é dona das marcas Banana Republic e Old Navy.

A saída do CEO às vésperas das festas de fim de ano deixou investidores e analistas em alerta — o temor é de que a mudança na gestão tão perto do Natal atrapalhe as vendas no período mais importante do ano para o varejo. A divulgação de resultados hoje será uma oportunidade para que a nova gestão esclareça a estratégia para o fim do ano.

O investidor também espera mais informações sobre o plano anunciado pela companhia de de separar uma de suas marcas, a Old Navy, em uma empresa independente. Alguns analistas torcem o nariz para a estratégia, uma vez que a própria Old Navy teve queda de 5% nas vendas no segundo trimestre. A princípio, o plano está mantido.

Com mais de 3 mil lojas espalhadas pelo mundo, a Gap vive uma longa crise que tem origem na ascensão de marcas de fast fashion como Zara e H&M. A Gap, que se transformou em gigante da moda baseada em roupas básicas e confortáveis, viu a concorrência chegar e não soube fazer frente a ela.

Em 2015, as vendas caíram 4%. A empresa ensaiou uma recuperação em 2017, com alta de 3% nas vendas, e estagnou em 2018, ano em que a receita ficou em 16,5 bilhões de dólares e o lucro foi de 1 bilhão de dólares. No início deste ano, a companhia anunciou o fechamento de mais de 200 lojas ao redor do mundo como parte de um plano para melhorar os resultados.

Porém, os números dos dois primeiros trimestres de 2019 indicam nova baixa. Houve queda de 4% nas vendas, sendo que a marca que dá nome ao grupo teve queda de 10% no primeiro trimestre e 7% no segundo. A prévia do resultado do terceiro trimestre divulgada pela própria empresa não é animadora, com queda nas vendas das três principais marcas. Os resultados divulgados hoje vão mostrar se a Gap está mais perto ou mais longe de estancar essa sangria.

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