(Sergio Perez/Getty Images)
Juliana Estigarribia
Publicado em 14 de julho de 2020 às 06h41.
A Claro começou a implantar, nesta semana, a rede 5G em bairros da capital paulista e do Rio de Janeiro, em um processo que deve durar até setembro. A tecnologia só poderá ser acessada com smartphones que suportam o recurso, como o Motorola Edge, que chega às lojas nesta terça-feira, 14. O movimento acontece em meio às incertezas do leilão 5G, que foi adiado para o ano que vem.
Embora a rede que começa a ser implantada pela Claro não seja a tecnologia 5G definitiva, a operadora promete conexão até 12 vezes mais rápida do que a 4G convencional. Com tecnologia chamada DSS (compartilhamento dinâmico de espectro, na sigla em inglês), é possível compartilhar as frequências que já estão disponíveis hoje.
Clientes que adquirirem smartphones aptos a receber a quinta geração de internet móvel poderão ter as primeiras experiências com a tecnologia. Em São Paulo, a nova cobertura 5G estará disponível inicialmente na região da Avenida Paulista e Jardins, sendo gradativamente estendida para bairros como Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros e Itaim, entre outros.
No Rio, os primeiros pontos de cobertura estarão em Ipanema, Leblon e na Lagoa. Na sequência, devem se expandir por toda a orla, do Leme até a Barra da Tijuca. Segundo a operadora, os critérios de escolha levaram em conta fatores como demanda atual de tráfego e crescimento ao longo do último ano.
O movimento acontece em meio às incertezas acerca do leilão do 5G, que foi adiado para o primeiro semestre do ano que vem, afirmou no começo do mês Fábio Faria, ministro das Comunicações. Segundo ele, devido à pandemia, não foi possível finalizar todos os testes de campo necessários para impedir possíveis interferências da tecnologia em outros serviços.
Antes mesmo do adiamento, entretanto, os agentes do setor já demonstravam preocupações sobre o leilão. Segundo especialistas e executivos ouvidos pela EXAME, muitas são as incertezas, desde a carga tributária até a Lei Geral das Antenas, que trata das normas municipais e estaduais para instalar estes equipamentos, que serão altamente demandados para o 5G. O receio é que falte discussão e sobrem dúvidas acerca do tema, uma combinação perigosa para atrair investimentos.