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CEO da Mercedes-Benz evita comentar demissões no ABC

Presidente da Mercedes-Benz evitou comentar a demissão dos funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC


	Fábrica da Mercedes-Benz: presidente da empresa disse que setor é um dos que mais sofre com a recessão no Brasil
 (AFP/ Thomas Kienzle)

Fábrica da Mercedes-Benz: presidente da empresa disse que setor é um dos que mais sofre com a recessão no Brasil (AFP/ Thomas Kienzle)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2016 às 10h34.

Porto Alegre -  O CEO da Mercedes-Benz no Brasil, Philipp Schiemer, afirmou nesta quinta-feira, 18, que ainda não é possível prever uma recuperação do setor automotivo brasileiro.

Para ele, a mudança de cenário não ocorrerá nos próximos meses, pois deverá obrigatoriamente ser precedida de uma diminuição nos juros e de uma melhora nas perspectivas gerais da economia nacional.

"Tendo financiamento mais barato e acessível para as empresas, aí a gente pode ter um crescimento", disse a jornalistas ao chegar a um evento da Câmara Brasil-Alemanha em Porto Alegre.

Schiemer evitou comentar os problemas enfrentados pela unidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, que suspendeu a produção de caminhões e ônibus e começou a demitir trabalhadores.

Questionado, ele disse que não falaria sobre o assunto porque a empresa está em meio a uma negociação sindical. De acordo com o Sindicato de Metalúrgicos do ABC, a Mercedes insiste na necessidade de cortar 2 mil funcionários que considera excedentes.

O CEO afirmou ainda que tanto o mercado de caminhões como o de ônibus vão amargar, este ano, uma queda que pode chegar a 40%.

"Todo mundo sabe que o Brasil está passando por um momento difícil e o nosso setor é um dos que mais sofreu. Nós não achamos que isso vai se modificar nos próximos meses. Hoje principalmente os juros altos estão afetando muito os negócios. Se a gente não tiver melhora no financiamento e no crédito, vai ser difícil ter uma melhora sensível de mercado", avaliou.

Ele também reclamou da volatilidade do câmbio. De acordo com o executivo, o problema não é a recente valorização do real, mas a falta de previsibilidade. "Qualquer câmbio tem vantagens e desvantagens. O que a indústria precisa é de uma estabilidade", disse.

Segundo Schiemer, a boa notícia é que a queda do setor parece ter estacionado. "Agora achamos um piso. A gente talvez tenha chegado ao fundo do poço. Mas por enquanto não sentimos uma recuperação", reforçou.

Ele disse que não arriscaria prever quando a recuperação deverá ocorrer. "Isso depende de reformas que estão se discutindo (no País), que por enquanto não foram aprovadas. A gente torce para que isso aconteça, mas no momento infelizmente não podemos dar nenhuma previsão."

Schiemer salientou que o mercado de ônibus está sofrendo bastante. Segundo ele, o segmento de ônibus urbanos, que foi "razoavelmente bem" no primeiro semestre, agora está parando por causa das eleições municipais, e o segmento rodoviário está "sem uma grande movimentação há muito tempo". Além disso, ele citou que o segmento de ônibus escolares, que era promissor e, segundo ele, acabou desaparecendo.

"O mercado de ônibus este ano deve ficar em 11 mil unidades aproximadamente, e três anos atrás ele era de 30 mil unidades", afirmou. "Melhorando o ambiente econômico, acredito que o mercado de caminhões deve reagir primeiro", finalizou.

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