CEO da Eletrobras diz que não renunciará e que busca eficiência
Wilson Ferreira Jr. se envolveu em polêmicas na semana passada com a divulgação de um áudio em que chama alguns chefes da estatal de "vagabundos"
Reuters
Publicado em 26 de junho de 2017 às 10h42.
Última atualização em 26 de junho de 2017 às 13h46.
Rio de Janeiro -
O presidente da estatal Eletrobras , Wilson Ferreira Jr., disse nesta segunda-feira que não irá renunciar ao cargo, após polêmicas geradas na semana passada com a divulgação de um áudio em que chama alguns chefes da estatal de "vagabundos".
O executivo disse que já pediu desculpas aos funcionários, mas ressaltou a necessidade de mudanças na empresa e disse que a agenda de produtividade e eficiência é a mais importante da Eletrobras, uma vez que a companhia possui custos maiores que a receita.
"Não penso em renunciar. Meu fascínio é cumprir o desafio de encontrar uma saída positiva para a empresa", disse Ferreira Jr., que assumiu o comando da companhia em julho de 2016.
O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, disse à Reuters na sexta-feira que o executivo seguirá à frente da Eletrobras, embora tenha reconhecido que ele foi "infeliz" nas suas declarações sobre os funcionários, publicadas pela imprensa na quinta-feira passada.
Em entrevista a um pequeno grupo de jornalistas nesta segunda-feira, o presidente da Eletrobras disse que a recuperação da empresa passará obrigatoriamente pela redução de quadros, aumento de produtividade e abatimento de onerosas dívidas com vencimento no curto prazo.
O plano estratégico da companhia prevê a redução quadro de empregados de aproximadamente 23 mil para cerca de 12 mil pessoas, com parte da redução prevista devido à perspectiva de privatização de distribuidoras de energia do grupo e parte por programas de incentivo à demissão e aposentadoria.
Segundo Ferreira, já houve cerca de 900 adesões ao plano de incentivo a aposentadorias, que prevê atingir 2,5 mil funcionários.
"O plano de reestruturação é desafiador e o imbróglio (causado pelas declarações sobre os funcionários) mostrou que precisamos falar mais com os sindicatos, explicar a situação da empresa, e a relação tem que ser estreitada para evitar novos conflitos...mas é natural que haja resistência", disse.
Mudança em Furnas
O presidente da Eletrobras disse ainda que o Ministério de Minas e Energia indicou o atual diretor de Operações da subsidiária Furnas para presidir a unidade, que tem ativos de geração e transmissão de eletricidade.
Ele afirmou que a mudança no comando de Furnas deve ser discutida nesta semana. A companhia atualmente é presidida por Ricardo Medeiros, ex-diretor de Operação e Manutenção da subsidiária.