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CEO da Boeing admite erros da empresa em acidentes na Indonésia e Etiópia

Esta foi a primeira vez que a aérea reconheceu diante do Congresso americano alguma responsabilidade nas quedas das aeronaves

Dennis Muilenburg: CEO da Boeing falou no Congresso americano sobre os acidentes com aeronaves da companhia (Andrew Harrer/Reuters)

Dennis Muilenburg: CEO da Boeing falou no Congresso americano sobre os acidentes com aeronaves da companhia (Andrew Harrer/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de outubro de 2019 às 15h43.

Washington — O CEO da companhia americana Boeing, Dennis Muilenburg, reconheceu nesta terça-feira (29) que houve erros da fabricante nos acidentes com aviões 737 Max 8 na Indonésia e na Etiópia, que deixaram elevado número de mortes.

"Sabemos que cometemos erros e que nos equivocamos. Somos culpados por isso e estamos nos ajustando", afirmou o diretor-executivo, durante audiência no Comitê de Comércio do Senado dos Estados Unidos, em que participou junto com o chefe de engenheiros da empresa, John Hamiton.

Esta foi a primeira vez que a Boeing reconheceu diante do Congresso americano alguma responsabilidade nos acidentes que provocaram centenas de vítimas, que por sua vez, provocaram bilhões de dólares para a companhia que tem sede em Chicago.

"Em meu nome e no da Boeing, sentimos mundo. Sentimos de verdade e de maneira profunda", garantiu Muilenburg diante de familiares de muitas das vítimas.

O primeiro depoimento do CEO da Boeing no Congresso dos EUA aconteceu, justamente, no aniversário de um ano do acidente com avião da companhia indonésia Lion Air, que deixou 189 mortos.

Cinco meses depois, uma aeronave do mesmo modelo da fabricante, de propriedade da Ethiopian Airlines caiu em circunstâncias similares, provocando 157 óbitos.

Desde então, todos os aparelhos 737 Max 8 de Boeing têm sido retirados de circulação em todo mundo, até que seja concluída investigação sobre os dois casos.

De acordo com a apuração feita na Indonésia, erros no projeto do avião e no processo certificação do modelo foram determinantes para a tragédia de outubro do ano passado.

Os problemas foram agravados pela falta de formação dos pilotos sobre o sistema de controle de voo e erros na manutenção da aeronave por parte da Lion Air, entre outros fatores, segundo o Comitê Nacional de Segurança no Transporte.

Por sua vez, a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos garantiu, em junho, ter encontrado um risco potencial no software dos Boeing 737 Max 8 envolvidos nos acidentes, o que determinou que a empresa deve resolver para receber a autorização de voo.

No último trimestre, a Boeing apresentou o pior resultado financeiro da história, com perdas de US$ 2,92 bilhões (R$ 11,7 bilhões).

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