Negócios

Cade aprova venda do grupo BIG para o Carrefour com restrições

Os conselheiros concordaram em determinar a venda de algumas unidades para que a operação pudesse ser aprovada

Carrefour: com a aprovação, o grupo, que possui o Atacadão, teria controle do clube de compras Sam’s Club, além dos hipermercados BIG e dos supermercados Bompreço e Mercadorama (Carrefour/Divulgação)

Carrefour: com a aprovação, o grupo, que possui o Atacadão, teria controle do clube de compras Sam’s Club, além dos hipermercados BIG e dos supermercados Bompreço e Mercadorama (Carrefour/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 25 de maio de 2022 às 14h30.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira a venda do grupo BIG para o Carrefour após realizar um acordo com a empresa para a venda de algumas unidades para evitar que houvesse prejuízo à concorrência em algumas regiões. A aprovação da operação de R$ 7,5 bilhões foi unânime.

Assine a EMPREENDA e receba, gratuitamente, uma série de conteúdos que vão te ajudar a impulsionar o seu negócio.

Com isso, os conselheiros seguiram o entendimento da Superintendência-Geral (SG) do órgão que já havia finalizado um acordo com as empresas para a venda de algumas das 386 lojas adquiridas e futura aprovação da operação.

Com a aprovação, o grupo Carrefour, que possui o Atacadão, teria controle do clube de compras Sam’s Club, além dos hipermercados BIG e dos supermercados Bompreço e Mercadorama

Mesmo seguindo o entendimento da SG, o relator do caso, conselheiro Luiz Augusto Hoffmann, expediu ofícios para dezenas de outras lojas, possíveis concorrentes, para ampliar a investigação sobre o possível prejuízo para a concorrência no comércio varejista, que inclui supermercados, atacarejos e clubes de compras; atacado de distribuição de produtos alimentícios; e de revenda de combustíveis.

LEIA TAMBÉM: Fluxo no varejo físico sobe 11% em abril ante março, mostra IPV

Depois desse processo, Hoffmann decidiu por seguir o entendimento da SG e foi acompanhado pelo restante dos conselheiros. O relator decidiu aumentar o número de unidades que deveriam ser vendidas em comparação com o acordo da SG por ver possíveis problemas em mais regiões, como unidades de Carrefour e BIG muito próximas uma da outra.

O número de unidades a serem vendidas foi considerado confidencial, assim como as localizações. No entanto, no parecer da Superintendência-Geral há alguns exemplos de regiões que poderiam ser afetadas pela operação.

Uma das regiões em que o Cade identificou possíveis problemas foi em Gravataí, no Rio Grande do Sul, onde o BIG e o Carrefour têm “participação considerável” no mercado. Outras das cidades analisadas foram Juazeiro do Norte, no Ceará, e Recife, em Pernambuco. Os detalhes do acordo são confidenciais.

De acordo com Hoffmann, a empresa tem possibilidade reduzida de exercer poder de compra em relação aos fornecedores e há competitividade no varejo de autosserviço por diversos outros atores do setor.

Durante o voto, o relator ainda disse que algumas unidades que devem ser vendidas já receberam propostas de compra e, por isso, há condições para que esse processo seja realizado “sem demora”.

"A alienação dos supracitados estabelecimentos a terceiros possibilita o aumento da pressão competitiva enfrentada pelas requerentes no cenário pós-operação mitigando a redução da concorrência causada pela saída do grupo BIG e reduzindo a probabilidade de exercício de poder de mercado", disse.

(Agência O Globo)

LEIA TAMBÉM: 

Acompanhe tudo sobre:CadeCarrefourFusões e AquisiçõesGrupo BIG

Mais de Negócios

Mercado de franquias fatura R$ 70,2 bi no 3º trimestre, crescimento de 12,1%, revela ABF

10 franquias baratas para investir com o 13º salário a partir de R$ 300

A tokenização agora tem o próprio "ChatGPT" — e ainda é brasileiro; entenda como funciona

Da automação à IA LLMs: O novo paradigma da eficiência nos negócios