Buffett está perto do “juízo final”, diz antigo preferido
David Sokol, que já foi considerado o sucessor do bilionário, foi duro com o antigo chefe depois da SEC encerrar investigações sobre um caso de insider trading
Da Redação
Publicado em 7 de janeiro de 2013 às 13h24.
São Paulo - Até o início de 2011, o executivo David Sokol era tido pelo mercado como o provável sucessor de Warren Buffett na holding de investimentos Berkshire Hathaway. Em poucos meses, protagonizou um suposto episódio de insider trading, pediu demissão da companhia e viu suas ações serem taxadas de "imperdoáveis" e "inexplicáveis" por um comitê auditor da empresa.
Terminado o período de investigações da SEC, a CVM americana, Sokol enfim resolveu falar. E não foi nada sutil. Ao jornal The Wall Street Journal, ele direcionou a metralhadora giratória para o antigo chefe, que tem 82 anos.
"Eu nunca vou entender porque o Sr. Buffett escolheu ferir minha família de tal forma, mas dado que ele está se aproximando rapidamente do dia do seu juízo final, vou deixar esse veredicto para uma força maior", afirmou em e-mail.
Sokol pediu demissão da Berkshire no fim de março de 2011. Na época, Buffett negou que a saída tivesse qualquer relação com a compra da fabricantes de lubrificantes Lubrizol. Anter de propor a aquisição, Sokol teria comprado ações da companhia a um preço inferior àquele desembolsado pela Berkshire mais tarde.
Em comunicado ao mercado, Buffett afirmou que o afastamento estaria ligado ao desejo do executivo de desenvolver projetos pessoais. "Eu não solicitei sua renúncia e ela foi uma surpresa para mim", completou.
Cerca de um mês depois, no entanto, um comitê de auditoria da Berkshire divulgou um relatório responsabilizando Sokol pela controversa investida. Segundo o documento de 19 páginas, a participação de Sokol na Lubrizol teria crescido de 10 milhões de dólares para cerca de 13 milhões depois de fechado o negócio. O time de auditores disse ainda que Sokol não teria sido transparente ao omitir detalhes sobre esses papéis.
Na reunião anual de investidores da Berkshire Hathaway, Buffett fez coro. "Não acho que haja qualquer dúvida sobre a indesculpável parte em que Dave violou o código de ética, nossas regras de insider trading e os princípios que eu defendo".
A investigação da SEC, por outro lado, chegou a uma conclusão diferente. Na última quinta-feira, a autarquia informou que não abriria um processo administrativo contra Sokol por considerar não haver provas indicando que o executivo tinha conhecimento do acordo que aconteceria com a Berkshire no momento em que ele comprou ações da Lubrizol. Essa antecipação é que tornaria sua conduta ilegal.
Procurado pelo WSJ, Buffett não se manifestou.
São Paulo - Até o início de 2011, o executivo David Sokol era tido pelo mercado como o provável sucessor de Warren Buffett na holding de investimentos Berkshire Hathaway. Em poucos meses, protagonizou um suposto episódio de insider trading, pediu demissão da companhia e viu suas ações serem taxadas de "imperdoáveis" e "inexplicáveis" por um comitê auditor da empresa.
Terminado o período de investigações da SEC, a CVM americana, Sokol enfim resolveu falar. E não foi nada sutil. Ao jornal The Wall Street Journal, ele direcionou a metralhadora giratória para o antigo chefe, que tem 82 anos.
"Eu nunca vou entender porque o Sr. Buffett escolheu ferir minha família de tal forma, mas dado que ele está se aproximando rapidamente do dia do seu juízo final, vou deixar esse veredicto para uma força maior", afirmou em e-mail.
Sokol pediu demissão da Berkshire no fim de março de 2011. Na época, Buffett negou que a saída tivesse qualquer relação com a compra da fabricantes de lubrificantes Lubrizol. Anter de propor a aquisição, Sokol teria comprado ações da companhia a um preço inferior àquele desembolsado pela Berkshire mais tarde.
Em comunicado ao mercado, Buffett afirmou que o afastamento estaria ligado ao desejo do executivo de desenvolver projetos pessoais. "Eu não solicitei sua renúncia e ela foi uma surpresa para mim", completou.
Cerca de um mês depois, no entanto, um comitê de auditoria da Berkshire divulgou um relatório responsabilizando Sokol pela controversa investida. Segundo o documento de 19 páginas, a participação de Sokol na Lubrizol teria crescido de 10 milhões de dólares para cerca de 13 milhões depois de fechado o negócio. O time de auditores disse ainda que Sokol não teria sido transparente ao omitir detalhes sobre esses papéis.
Na reunião anual de investidores da Berkshire Hathaway, Buffett fez coro. "Não acho que haja qualquer dúvida sobre a indesculpável parte em que Dave violou o código de ética, nossas regras de insider trading e os princípios que eu defendo".
A investigação da SEC, por outro lado, chegou a uma conclusão diferente. Na última quinta-feira, a autarquia informou que não abriria um processo administrativo contra Sokol por considerar não haver provas indicando que o executivo tinha conhecimento do acordo que aconteceria com a Berkshire no momento em que ele comprou ações da Lubrizol. Essa antecipação é que tornaria sua conduta ilegal.
Procurado pelo WSJ, Buffett não se manifestou.