Negócios

BRF muda (de novo) seus gestores. E mercado aprova

Novo presidente, Pedro Parente, usa sua credibilidade para atrair profissionais experientes para a retomada da companhia

BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, deu início hoje à reforma na sua administração como parte do plano estratégico do presidente Pedro Parente (Paulo Whitaker/Reuters)

BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, deu início hoje à reforma na sua administração como parte do plano estratégico do presidente Pedro Parente (Paulo Whitaker/Reuters)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 20 de julho de 2018 às 13h21.

A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, deu início hoje à reforma na sua administração como parte do plano estratégico do presidente Pedro Parente, que desembarcou na empresa há cinco semanas com a missão de colocar a gigante dos alimentos de volta aos trilhos.

Alexandre Almeida será substituído por Sidney Manzaro na vice-presidência de mercado da BRF, segundo comunicado da companhia ao mercado financeiro divulgado pouco antes da abertura da B3 hoje. Almeida, ex-presidente da fabricante de produtos lácteos Itambé, estava no cargo desde março de 2017 e não conseguiu estancar as perdas da BRF desencadeadas pela Operação Carne Fraca e por decisões equivocadas de marketing e produção tomadas na gestão do presidente do conselho de administração Abilio Diniz. Manzaro saiu da Grano Alimentos, de produtos congelados, para retornar à BRF, onde havia trabalhado na área comercial entre 2005 e 2015.

Para a vice-presidência de operações, a BRF contratou o engenheiro de produção Vinícius Guimarães Barbosa, ex-vice-presidente industrial e de logística para a América do Norte da Anheuser-Busch Inbev. A fabricante de bebidas criada pelos bilionários brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles é famosa pela eficiência.

A vice-presidência institucional, jurídica e de compliance da BRF será ocupada a partir de 1 de agosto por Bruno Ferla, consultor da diretoria jurídica da empresa de alimentos e sócio do escritório Vella Pugliese Buosi e Guidoni Advogados, que está deixando. Os dois cargos estavam vagos na BRF. Diante dos maus resultados registrados nos últimos trimestres e da consequente briga de acionistas que levou à saída de Diniz, em abril, a BRF vinha enfrentando uma debandada de funcionários do alto escalão e tinha dificuldade em atrair novos nomes.

As mudanças anunciadas hoje são positivas para a empresa, na avaliação dos analistas de ações do Bradesco Leandro Fontanesi, João Pedro Soares e Rafael Sommer. “Essa notícia reforça nossa visão de que a BRF está focada no seu plano de reestruturação, e vemos a sua execução no segundo semestre deste ano como o principal fator a afetar o preço dos papeis”, escreveram os analistas em um relatório a clientes. “Parente tem a credibilidade necessária para atrair de volta profissionais experientes que trabalharam para a BRF no passado.” As ações da BRF chegaram a subir 1,7% logo depois da abertura da B3 hoje, para 23,90 reais.

Desde que Parente assumiu a presidência da companhia, em 14 de junho, as ações subiram 21%. De abril, quando começaram os rumores de que o executivo seria apontado presidente do conselho de administração, até agora, a alta é de 10%. No ano, entretanto, os papeis ainda acumulam queda de 36%.

Acompanhe tudo sobre:BRFPedro ParentePresidentes de empresa

Mais de Negócios

Slice, um dos refrigerante 'da moda' dos anos 80, volta aos mercados nos EUA

Com mercado de pets aquecido, essa empresa britânica busca dobrar faturamento a partir do Brasil

Este CEO convida clientes para reuniões com a liderança — e Elon Musk aprovou a ideia

‘Anti-Facebook’: universitários levantam US$ 3 milhões em 2 semanas para criar nova rede social