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Brasil Plural quer dobrar time de reestruturação de empresas

A Plural acrescentará cerca de 10 pessoas ao time, que responde por mais da metade da receita com banco de investimento da instituição


	Recuperação judicial: a Plural acrescentará cerca de 10 pessoas ao time, que responde por mais da metade da receita com banco de investimento da instituição
 (Thinsktock/denphumi)

Recuperação judicial: a Plural acrescentará cerca de 10 pessoas ao time, que responde por mais da metade da receita com banco de investimento da instituição (Thinsktock/denphumi)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2016 às 16h56.

A Brasil Plural, banco de investimento criado por ex-sócios do Banco Pactual SA, planeja quase dobrar o tamanho de seu time de reestruturação de empresas no momento em que o número recorde de pedidos de recuperação judicial no Brasil está aumentando a demanda por esse tipo de serviço.

A Plural acrescentará cerca de 10 pessoas ao time, que responde por mais da metade da receita com banco de investimento da instituição com sede em São Paulo, disse o presidente Rodolfo Riechert em entrevista.

“Nós precisamos de pessoal urgentemente”, disse Riechert. “O negócio crescerá ainda mais porque muitas empresas que estavam em ’denial’ agora estão percebendo que não têm outra alternativa senão renegociar a dívida com seus credores”.

Neste ano, até o mês de julho, os pedidos de recuperação judicial no país quase dobraram para 1.098, um recorde, segundo dados da Serasa Experian.

As empresas enfrentam problemas para pagar dívidas porque a pior recessão em um século, a restrição ao crédito bancário, as taxas de juros elevadas e uma investigação de corrupção nacional estão pesando sobre os lucros e as receitas.

A contração econômica desencadeou uma crise política que culminou, nesta semana, com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

A Brasil Plural não é a única empresa a apostar na área de reestruturação. Há dois meses, o escritório Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados tirou Fábio Rosas, um dos principais advogados de reestruturação do país, do TozziniFreire Advogados para chefiar sua equipe.

“O negócio de reestruturação costumava ser o patinho feio entre os serviços de assessoria, pois não tem o glamour da área de fusões e aquisições ou de emissão de ações, e as comissões geralmente são menores, mas agora é o que garante o feijão com arroz de todo mundo”, disse Rosas em entrevista.

As comissões com serviços de bancos de investimento no Brasil caíram para US$ 281 milhões no ano até agosto, o menor nível no período desde 2005, segundo a empresa de pesquisa Dealogic.

O negócio de reestruturação representa aproximadamente 15 por cento de receita total da Brasil Plural, que pode atingir R$ 500 milhões (US$ 154 milhões) neste ano, disse Riechert, acrescentando que a participação pode subir para 20 por cento.

A Plural não apenas reestrutura a dívida para seus clientes, “mas vai mais fundo ao propor um plano de recuperação e ao colocar seu próprio time para gerenciar a empresa”, disse ele.

Recentemente, a Brasil Plural transferiu quatro executivos da área do banco de investimento para o time de reestruturação, que é liderado por Warley Pimentel e Fabio Vassel. O banco trabalha agora com 15 clientes e quatro deles têm sócios da Brasil Plural como presidentes, disse Riechert.

Entre os clientes estão o estaleiro Ecovix, com sede no Rio de Janeiro, uma unidade do Grupo Engevix envolvida na investigação de corrupção do país que tem R$ 4 bilhões em dívidas.

A Plural também está trabalhando com a Inepar SA Indústria e Construções, fabricante brasileira de equipamentos de transmissão de eletricidade que entrou com pedido de recuperação judicial em agosto de 2014.

“A Inepar foi um caso de reestruturação de muito sucesso e também muito inovador: a empresa emitiu a primeira debênture perpétua da história do Brasil e fez a conversão de dívida em ações, com um total de R$ 1,7 bilhão em dívida”, disse Pimentel em entrevista.

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