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Dono da Pague Menos está aberto a parceria com CVS

O objetivo da segunda maior empresa de drogarias do Brasil em se associar a empresas estrangeiras é expandir os negócios em meio ao aumento da concorrência


	Pague Menos: durante os próximos quatro anos, a Pague Menos planeja crescer organicamente para 1.000 lojas, investindo R$ 400 milhões em imóveis 
 (ALEXANDRE BATTIBUGLI)

Pague Menos: durante os próximos quatro anos, a Pague Menos planeja crescer organicamente para 1.000 lojas, investindo R$ 400 milhões em imóveis  (ALEXANDRE BATTIBUGLI)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2013 às 12h04.

São Paulo - A Empreendimentos Pague Menos SA, segunda maior empresa de drogarias do Brasil, consideraria sócios dos EUA como a CVS Caremark Corp. e a Walgreen Co. para expandir em meio ao aumento da concorrência, disse seu CEO.

“Fomos abordados por algumas empresas, mas só o faríamos com um sócio estratégico”, disse Francisco Deusmar de Queirós, 66, o bilionário CEO da rede de capital fechado, em uma entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo, sem dar perspectivas. “O sócio certo ainda tem que aparecer, o sócio certo que nos seduzirá para ir ao baile e dançar”.

A Pague Menos está ficando para trás à medida que operadoras de drogarias como a Raia Drogasil SA e a Brasil Pharma SA adquirem ou se combinam com rivais. A aprovação regulatória da fusão da Drogaria São Paulo SA e da Drogarias Pacheco SA pode rebaixar a Pague Menos, com sede em Fortaleza, e suas 634 lojas para o terceiro lugar no setor.

Uma força de trabalho crescente com renda disponível e uma população idosa expandindo-se estimulam fusões e atraem empresas estrangeiras como a CVS, que comprou a Drogaria Onofre Ltda. neste ano.

As 68.000 farmácias do país deverão vender R$ 54 bilhões (US$ 24,8 bilhões) em medicamentos em 2013, disse Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, a associação brasileira de farmácias.

Parceiro local?

Queirós disse que a necessidade de a Pague Menos receber financiamento para expandir-se o incentivaria a considerar potenciais sociedades com empresas dos EUA. Para qualquer estrangeiro interessado na maior economia da América Latina, um sócio local seria essencial, segundo André Parize, chefe de pesquisa da Votorantim Corretora SA.


“O mercado brasileiro é muito competitivo, não apenas em relação ao custo do dinheiro”, disse Parize, em entrevista por telefone, de São Paulo. “Ele requer também conhecimento sobre a complexidade do regime tributário. Essa é a principal barreira”.

Com a compra da Onofre -- que tinha 44 lojas até o segundo trimestre -- pela CVS, em fevereiro, a empresa dos EUA está explorando o terreno no Brasil, disse Parize. A CVS, com sede em Woonsocket, Rhode Island, e 7.500 lojas no total, preferiu não discutir detalhes sobre o Brasil.

CVS, Walgreen

“Nós continuamos vendo o Brasil como um mercado muito atrativo, mas por causa de nossa política nós não comentamos rumores de mercado”, disse Carolyn Castel, vice-presidente de comunicação corporativa da CVS, por e-mail.

A Walgreen, também citada como possível candidata a entrar no Brasil, está “posicionada para expansão internacional” com sociedades fora dos EUA, mas não tem planos específicos agora, disse Michael Polzin, porta-voz da empresa com sede em Deerfield, Illinois, em uma resposta por e-mail a perguntas.

A próxima combinação pode ser entre a Brasil Pharma, controlada pelo Grupo BTG Pactual, do bilionário André Esteves, e a Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos SA, segundo Pedro Zabeu, analista da Fator Corretora em São Paulo. As empresas preferiram não comentar.


Durante os próximos quatro anos, a Pague Menos planeja crescer organicamente para 1.000 lojas, investindo R$ 400 milhões em imóveis e a mesma quantia em lojas. Após alegar condições de mercado para o cancelamento de uma oferta pública inicial em 2012, Queirós disse que pretende tentar novamente um IPO em 2014 ou 2015.

“Eu não vou vender minha empresa barato”, disse ele. Queirós tem uma fortuna de pelo menos US$ 2,4 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Vendas de 2013

A receita deste ano está estimada em R$ 3,8 bilhões, cerca de 17 por cento mais que em 2012, disse Queirós. O lucro da Pague Menos caiu 1,6 por cento no ano passado, para R$ 107 milhões, segundo um comunicado financeiro no website da empresa. O CEO disse que a expectativa é que os lucros de 2013 subam para R$ 120 milhões.

Zabeu, o analista da Fator Corretora, disse que as drogarias continuam sendo um investimento atrativo à medida que a população brasileira se torna mais velha. Um censo do governo projetou que o número de brasileiros com idade de 65 anos ou mais subiria quase quatro vezes, para 58,4 milhões, até 2060.

“Em geral, eu realmente acho que o setor farmacêutico ainda tem desafios significativos”, disse Zabeu. “O ponto principal do setor é que ele está se beneficiando fortemente do incremento da demanda de uma população em processo de envelhecimento, que deve ver um forte crescimento até 2025”.

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