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Arezzo&Co: resultados do 2º tri mostram bastidores após não da Hering

Empresa divulga resultados financeiros do segundo trimestre de 2021 nesta quinta

Arezzo&Co: resultados vão mostrar o que veio após não da Hering (Germano Lüders/Exame)

Arezzo&Co: resultados vão mostrar o que veio após não da Hering (Germano Lüders/Exame)

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A varejista de moda Arezzo&Co (ARZZ3) divulga nesta quinta, 12, os resultados financeiros do segundo trimestre de 2021, os primeiros após a não conclusão da compra da Hering.

Em abril deste ano, a marca ouviu um sonoro “não” da varejista para a sua proposta de aquisição que avaliava a empresa em 3,5 bilhões de reais. A justificativa é de que a Hering ainda reconhecia um grande potencial de crescimento orgânico, o que não representava um bom momento para um acordo. A negativa, porém, não reduziu o apetite da loja de calçados em entrar em outros segmentos da moda, e as aquisições já eram prova disso.

Toda a corrida em busca de novas incorporações começou ainda em outubro do ano passado, quando a empresa concluiu a aquisição da varejista de moda carioca Reserva, por 715 milhões de reais.

Há dois dias, o conselho administrativo da Arezzo e também o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovaram, após dois meses do anúncio da intenção de compra, a aquisição total da BAW Clothing, marca de vestuário, por 105 milhões de reais. Desse total, 35 milhões foram pagos em dinheiro, e o restante será pago por meio de ações.

Em julho, a Arezzo também comprou a MyShoes. Para essa aquisição, a novidade esteve na parceria com o Mercado Livre, que ficou a cargo de toda a logística e comercialização dos itens da marca.

Todo esse apetite se justifica pela pressa em busca da transformação digital e pelo atual cenário de fragmentação do setor de moda no país. Há muito tempo inerte, o mercado de moda precisa apertar o passo para sair da sua zona de conforto, e as aquisições são uma maneira de acelerar o ganho operacional, em logística e também em digitalização.

Além disso, incorporações como de gigantes como Hering e de empresas de menor porte como a MyShoes e a BAW podem servir como alavanca para que a Arezzo não apenas amplie sua atuação, mas leve consigo uma maior participação no mercado total.

Em boa medida, a chegada de novas marcas ao grupo, como o exemplo da BAW, também ajuda a Arezzo a ampliar o alcance ao público mais jovem, com portfólio focado em malharia com modelagens básicas e confortáveis e também tem um impacto significativo na acessibilidade das peças. Com a MyShoes, por exemplo, a ideia é entrar em um segmento mais acessível de calçados e bolsas femininas, especialmente nas classes B e C.

Neste segundo ano de pandemia, a empresa tem apresentado números que provam certa resiliência e o impacto dessas estratégias nas contas. No primeiro trimestre de 2021, a Arezzo registrou receita líquida de 499 milhões de reais, alta de 33% na comparação anual. O lucro líquido foi de 30 milhões de reais, mais do que o triplo do registrado no mesmo período do ano passado. Já o Ebitda (lucro antes de depreciações, juros e impostos) foi de 65 milhões, um salto de 80%.

Nessa conta toda, também entram os canais digitais. As vendas no e-commerce totalizaram 159 milhões de reais nos primeiros três meses do ano, e o número de downloads dos aplicativos da Arezzo e Schultz chegou perto dos 2 milhões. Com tudo isso, os apps foram responsáveis por 40% da receita do grupo no período.

Mais digital, menos fast

Há um ano e em decorrência da pandemia, a empresa viu a necessidade de lançar uma plataforma de e-commerce capaz de suportar, em um único ambiente, a venda de todas as marcas de calçados do grupo. Foi assim que surgiu a ZZ Mall, plataforma de marketplace que centraliza todas as marcas de grupo e outras 30 marcas em um mesmo lugar  — e que é o grande motor de transformação digital da Arezzo&Co.

Ao final do ano passado, a Arezzo antecipou uma das principais tendências do setor de moda ao adquirir o brechó online TROC, de compra e venda de peças usadas. A preocupação está, sobretudo, relacionada ao impacto das produções e de toda a cadeia da empresa no meio ambiente  — um ponto comum quando se fala do mercado da moda. A tendência é contrariar a mentalidade “fast fashion” e abraçar a economia circular.

A mesma movimentação foi vista, meses depois, na Renner. A rede anunciou a compra do também brechó online Repassa. A lógica do Repassa é parecida com a da TROC, que permite aos clientes venderem suas peças usadas em troca de créditos nas próprias lojas da Renner ou Arezzo.

Para Pedro Serra, gerente de pesquisas da Ativa Investimentos, a expectativa é de bons números, e um crescimento superior a 3% em relação à média esperada pelo mercado. Segundo o especialista, a participação das lojas próprias deve ser ainda maior, assim como a das franquias, em relação aos primeiros três meses do ano — período em que algumas restrições de circulação ainda estavam em vigor. Por outro lado, a força do digital deve ser menor e ficar em torno de 24%. "A curto prazo, essa participação parece alta. Mas no longo prazo ela deve crescer, à medida em que a capilaridade da companhia e aumenta e há abertura de novas lojas" diz.

Por fim, a avaliação é de que a recusa da Hering não deve impactar o resultados da empresa. "A empresa terá capacidade de atrair outras empresas para atingir o seu objetivo principal de ser uma house of brands", diz.

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