Negócios

All Star quer seus tênis tão confortáveis quanto os da Nike

A Converse lançou uma versão mais cara e atualizada do Chuck Taylor All Star, com tecnologia importada pela primeira vez pela sua controladora, a Nike

O tênis Chuck Taylor All Star II, da Converse (Reprodução/Converse)

O tênis Chuck Taylor All Star II, da Converse (Reprodução/Converse)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2015 às 22h38.

Ninguém duvida de que os tênis Chuck Taylor são bacanas. E confortáveis? Nem tanto.

A Converse respondeu ontem a essa velha crítica com o lançamento de uma versão mais cara e atualizada do tênis Chuck Taylor All Star — como os tênis icônicos são oficialmente conhecidos —, que é quase centenário.

A maior novidade do Chuck II, como a empresa está chamando a nova versão do tênis, é uma tecnologia importada pela primeira vez de sua empresa controladora, a Nike.

Lunarlon, uma espuma leve e insuflável, que é usada nos tênis de corrida e de basquete da Nike, agora também estará presente na sola de borracha do Chuck.

Jim Calhoun, 48, CEO da Converse, sabe exatamente do que as pessoas estão falando quando elas reclamam dos tênis: “Eu adoro eles, mas eu queria aguentar ficar com eles mais do que umas poucas horas”.

E ele também sabe disso por experiência própria. Durante uma entrevista na semana passada, na nova sede de North End, Boston, Calhoun usou uma camisa azul para fora da calça jeans e um Chuck preto e branco.

Ele acha que agora, para continuarem sendo relevantes, os calçados precisam ser confortáveis.

“As crianças estão crescendo em um mundo onde elas conhecem o conforto, esperam o conforto e não vão aguentar o desconforto”, disse Calhoun.

Criar um calçado mais confortável não parece ser um projeto revolucionário para uma fabricante de tênis, mas poucas marcas são tão conservadoras quanto a Converse.

Simplesmente mexer no Chuck Taylor provoca medo tanto nos fãs quanto nos executivos da Converse.

O modelo antigo do Chuck é um dos calçados mais vendidos de todos os tempos, pois já vendeu mais de um bilhão de pares e continua sendo responsável pela maior parte da receita da Converse.

Em resumo, as pessoas gostam dele do jeito que ele sempre foi e não querem que ele mude. Calhoun disse que recebe cartas implorando que ele não estrague tudo ou não “coloque um swoosh no tênis”. (O que, por sinal, não vai acontecer).

Tecnologia e conservadorismo

A Converse está passando por uma etapa e tanto. As vendas aumentaram 21 por cento no ano fiscal que acabou em maio, ultrapassando assim a taxa geral de crescimento da Nike, de 14 por cento, e chegaram a US$ 2 bilhões pela primeira vez.

Calhoun, que assumiu o cargo de CEO há quatro anos, decidiu que para manter esse ritmo era necessário inovar a sério.

Até esse momento, as novidades na Converse se resumiam à aparência e a colaborações com estilistas como John Varvatos e Missoni, algo esperado de uma marca que representa um estilo de vida.

Com a tecnologia da Nike, o Chuck vai ficar mais confortável e vai se adequar a uma tendência que já é usada até nos calçados sociais. Isso também dará à Converse um aspecto muito necessário de “benefícios”, disse Calhoun, algo que os consumidores passaram a esperar quando escolhem um smartphone ou um tênis de corrida.

A Converse também aposta que poderá cobrar mais pelo tênis aprimorado. O Chuck II, fabricado com materiais melhores e com o logotipo da estrela completamente bordado, vai custar US$ 15 a mais do que o original. O preço do modelo de cano alto agora será US$ 75; os novos modelos de cano curto vão sair por US$ 70.


Mesmo assim, o conservadorismo do tênis é um hábito difícil de vencer. Quando o Chuck II chegar às lojas no dia 28 de julho, os novos modelos serão vendidos ao lado dos originais.

“Acho que, quando as pessoas souberem que podem comprar um Chuck Taylor que é superconfortável, elas vão correr para o Chuck II”, disse Calhoun. “Daí, vamos descobrir o que isso vai significar para o Chuck original”.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas americanasEsportesNikeTênis (calçado)

Mais de Negócios

Mercado de franquias fatura R$ 70,2 bi no 3º trimestre, crescimento de 12,1%, revela ABF

10 franquias baratas para investir com o 13º salário a partir de R$ 300

A tokenização agora tem o próprio "ChatGPT" — e ainda é brasileiro; entenda como funciona

Da automação à IA LLMs: O novo paradigma da eficiência nos negócios