Alibaba: gigante chinesa divulga resultados do trimestre (Aly Song/File Photo/Reuters)
Mariana Desidério
Publicado em 18 de novembro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 18 de novembro de 2021 às 09h20.
O Alibaba reportou nesta quinta-feira receita do segundo trimestre aquém das expectativas no mercado, uma vez que o consumo no país desacelerou e seus negócios de e-commerce foram afetados pelas restrições da cadeia de fornecimento.
No trimestre encerrado em 30 de setembro, a receita cresceu 29%, para 200,69 bilhões de iuanes (31,44 bilhões de dólares). Os analistas esperavam uma receita média de 204,93 bilhões de iuanes, segundo dados da Refinitiv.
Na semana passada, o Alibaba registrou seu crescimento mais lento nas vendas durante as compras no Dia dos Solteiros.
Há cerca de um ano, o Alibaba chegou a um valor de mercado de 850 bilhões de dólares, conquistando o posto de empresa mais valiosa da China. De lá para cá, no entanto, a empresa fundada pelo bilionário Jack Ma perdeu praticamente metade de seu valor de mercado – hoje vale 450 bilhões de dólares.
A queda está ligada a uma série de mudanças promovidas pelo governo chinês no setor privado no período. Uma das consequências foi o cancelamento da abertura de capital do Ant Group, empresa do Alibaba focada em serviços financeiros.
Também neste ano, a China aplicou uma multa recorde de 18 bilhões de iuanes (2,75 bilhões de dólares) ao Alibaba, depois que uma investigação antimonopólio descobriu que a companhia havia abusado de sua posição dominante no mercado por vários anos.
A multa indica que a fiscalização antitruste da China em plataformas de internet entrou em uma nova era após anos de abordagem "laissez-faire".
Porém, nas últimas semanas, o horizonte começou a clarear novamente para o Alibaba. No final de outubro, o fundador da companhia, Jack Ma, reapareceu na Europa, após um período longe dos holofotes, o que enviou ao mercado a mensagem de que a pressão sobre seus negócios teria arrefecido.
Algumas semanas depois, o gigante do comércio digital bateu recorde de vendas durante o "Dia dos Solteiros", comemorado em 11 de novembro, a maior data anual de compras na China. Isso apesar de uma tímida campanha promocional, devido à pressão do governo sobre as empresas de tecnologia. A empresa anunciou vendas de 540,3 bilhões de iuanes (84,5 bilhões de dólares) durante o evento, que é similar à Black Friday.