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Aéreas dos EUA podem demitir mais de 100.000 no 4º trimestre

A venda de passagens pode não voltar a patamares pré-pandemia até 2025, segundo projeção de banco de investimentos

United: Delta Air Lines e United Airlines discutem como vão enxugar suas operações, enquanto a American Airlines Group está se livrando de aviões mais antigos (Loren Elliott/Reuters)

United: Delta Air Lines e United Airlines discutem como vão enxugar suas operações, enquanto a American Airlines Group está se livrando de aviões mais antigos (Loren Elliott/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2020 às 12h24.

As companhias aéreas dos EUA têm pela frente um futuro sombrio de movimento menor e receita volátil até 2021, à medida que os enormes danos da catástrofe de saúde pública dão lugar a uma recessão potencialmente demorada.

O quadro para as “Três Grandes” empresas aéreas do país promete piorar no quarto trimestre, quando a assistência governamental de bilhões de dólares chega ao fim. Delta Air Lines e United Airlines Holdings discutem abertamente como vão enxugar suas operações, enquanto a American Airlines Group está se livrando de aviões mais antigos.

Segundo um estudo, até 105.000 empregos podem ser eliminados em todo o setor.

As aéreas estão proibidas de eliminar empregos até 30 de setembro, sob os termos de um pacote de resgate do governo de US$ 50 bilhões, mas já estão avisando funcionários que os cortes são quase inevitáveis. Os planos de contração refletem um entendimento generalizado de que as receitas em 2020 podem encolher para níveis não vistos há anos.

A recuperação seria para o longo prazo, segundo o banco de investimento Cowen & Co., que prevê que a venda de passagens pode não voltar a patamares pré-pandemia até 2025.

“A perspectiva econômica desafiadora significa que teremos algumas decisões difíceis enquanto planejamos que nossa companhia aérea e nossa força de trabalho ficarão menores do que hoje”, escreveram Oscar Munoz e Scott Kirby, os dois principais executivos da United, em memorando aos empregados em 15 de abril.

Impedidas de demitir ou baixar salários enquanto recebem ajuda para cobrir a folha de pagamento, as companhias aéreas terão equipes praticamente inalteradas durante a alta temporada de verão, ainda que com milhões de passageiros a menos. Mas a situação pode ficar complexa para os funcionários quando terminar o verão no Hemisfério Norte. “Seremos menores quando isso passar”, disse o diretor financeiro da Delta, Paul Jacobson, aos funcionários no mês passado. “Certamente bem menores do que quando entramos.”

A virada foi um choque para um setor que no ano passado via recordes no tráfego de passageiros. Na semana passada, o número médio de passageiros diários nos EUA foi 96% menor do que um ano antes: 95.531 contra 2,39 milhões, segundo dados da agência americana de segurança em transporte (TSA) compilados pela Bloomberg.

A demanda anêmica significa que, a menos que ocorra uma recuperação robusta nos próximos meses, as companhias aéreas vão demitir gente, aposentar aeronaves mais antigas e cortar salários, o que por sua vez, pode convencer mais funcionários a desistir. Nos últimos dois meses, pelo menos 87.000 pessoas — mais de um quarto da força de trabalho das três grandes companhias aéreas americanas — aceitaram licença voluntária, aposentadoria antecipada ou redução de jornada.

As operadoras enfrentam “a pior crise de caixa da história da aviação”, segundo a associação Airlines for America. Os voos domésticos estão levando em média apenas 10 passageiros, enquanto os voos internacionais levam 24, de acordo com o grupo. “As companhias aéreas podem se livrar de 800 a 1.000 aeronaves, o que poderia resultar em redução de 95.000 a 105.000 empregos” no setor.

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