Entre as companhias, estão as tradicionais Kodak e a Manganese Bronze – que produzia os clássicos táxis pretos londrinos; veja outras companhias que quebraram em 2012:
Kodak (Getty Images)
Daniela Barbosa
Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 05h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h12.
São Paulo - Sem dúvida, o pedido de falência da Kodak foi um dos mais emblemáticos neste ano. Ícone do setor de fotografia por décadas, a empresa pediu proteção contra falência no início do ano e até agora não conseguiu uma saída para se livrar da crise. A companhia precisa de quase 1 bilhão de dólares para se reerguer e tenta, sem sucesso, vender suas patentes a fim de arrecadar dinheiro. Na semana passada, informações publicadas pelo The Wall Street Journal apontavam que a companhia tinha conseguido vender parte de seus ativos pelo equivalente a 500 milhões de dólares. Até o momento, no entanto, a operação não foi confirmada.
Em setembro, o Banco Central pediu a liquidação do bancoCruzeiro do Sul, depois que negociações para a venda da instituição, que estava sob intervenção desde o início de junho, fracassaram. O Cruzeiro do Sul atuava principalmente no crédito consignado e na oferta de empréstimos de curto prazo a empresas atrelados a recebíveis. A carteira total de financiamentos da instituição, controlada pela família Índio da Costa, era de 7,6 bilhões de reais antes da intervenção do BC.
A Stephenson Clarke Shipping, a mais antiga companhia de transporte marítimo do mundo, mesmo com seus quase três séculos de operação no mercado, não conseguiu segurar o leme e decretou falência neste ano. No seu último ano de operação, a companhia empregava apenas nove funcionários e vendeu, em julho, seu último navio.
O ano de 2012 mal tinha começado e a refinaria suíça Petroplus precisou pedir proteção contra falência em janeiro. Segundo a companhia, o pedido foi necessário porque a empresa não conseguiu fazer nenhuma negociação rentável com seus credores. No início do ano, a empresa pediu a suspensão das negociações de suas ações na Bolsa Suíça e anunciou que não está em condições de reembolsar suas dívidas, em torno de 1,7 bilhão de dólares.
Também em janeiro, a companhia Hostess Brands, dona dos biscoitos Twinkie e de outras marcas populares nos Estados Unidos, precisou apelar à Lei de Falências, depois de ter tentado, sem sucesso, chegar a um acordo com sindicatos. Em 2004, a companhia já tinha pedido proteção à Justiça e passava por reestruturação.
No início do ano, a Elpida Memory, última fabricante japonesa de memória informática DRAM, declarou sua falência e afirmou que seria incapaz de cumprir suas obrigações financeiras. A Elpida era a terceira grande fornecedora mundial de memórias dinâmicas com acesso aleatório (DRAM), utilizadas nos computadores e em outros aparelhos, era a única sobrevivente desta especialidade no Japão. A companhia deixou um rombo de quase 450 bilhões de ienes - cerca de 4,5 bilhões de euros - com sua bancarrota.
No mês de outubro, outra tradicional companhia inglesa decretou falência: a Manganese Bronze. A companhia era a única a produzir ainda os clássicos táxis pretos que circulam pelas ruas de Londres. Na ocasião, a Manganese alegou que foi incapaz de concordar com um reescalonamento de suas dívidas com os bancos credores.
Em junho, a Doux entrou em processo de recuperação judicial, depois de não ter conseguido chegar a um acordo com seus credores. Meses antes, no Brasil, a JBS passou a operar as plantas da companhia francesa no Brasil. A empresa, no entanto, não assumiu nenhuma pendência, encargo, constrição, penhora e impedimentos de qualquer outra natureza da Doux.
Em junho, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) decretou a falência de três seguradoras pertencentes ao grupo Sulina. A Sulina Seguradora, APS Seguradora e SDB Companhia de Seguros Gerais estavam em processo de liquidação extrajudicial desde 2011 e tiveram o pedido de falência pelos liquidantes das massas falidas. De acordo com a Susep, o maior passivo a descoberto era da Sulina Seguradora, no valor de 150 milhões de reais. APS Seguradora e SDB Companhia de Seguros Gerais tinham passivos de 21 milhões 4 milhões de reais, cada uma.
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