10 grandes negócios que passaram de pai para filho
Algumas grandes empresas são comandadas hoje por herdeiros, estrategicamente preparados para assumir o negócio da família
Tatiana Vaz
Publicado em 10 de agosto de 2014 às 09h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h05.
São Paulo – Um negócio é muitas vezes encarado como um filho por muitos empresários. Mesmo porque foi algo gerado por eles, que precisa de cuidados intensos, investimentos em potenciais áreas de desenvolvimento e atenção redobrada nos primeiros anos de vida. Não à toa, passar o bastão do comando da empresa para os filhos, é para alguns a melhor maneira de perpetuar a companhia e estreitar o laço entre a história da família com ela. Veja, a seguir, alguns casos de negócios bem sucedidos que passaram de pai para filho.
De uma tradicional linhagem de engenheiros, Marcelo Odebrecht comanda, desde 2008, os negócios da holding Odebrecht, grupo que começou como uma construtora criada por seu avô na década de 40 e que hoje é um dos maiores conglomerados empresariais do país. O executivo ingressou na empresa em 1992, um ano após o comando da empresa ter passado de seu avô, Norberto, para seu pai, Emílio. Há menos de um mês, Norberto morreu aos 93 anos, em Salvador, deixando um legado de empreendedorismo e negociação.
Fundador da empresa que se tornaria a maior incorporadora de imóveis residenciais do país, Elie Horn, de 70 anos, fundou a Cyrela Brazil Realty há 50 anos e, em 1981, a Construtora Cyrela, segunda maior do país atualmente. Em março, Elie anunciou sua aposentadoria e, desde maio, a empresa vem sendo comandada em conjunto pelos seus filhos e herdeiros, Efraim e Raphael Horn. O empresário segue como presidente do conselho da construtora.
Um dos ícones do empreendedorismo no Brasil, Antônio Ermírio de Moraes, do Grupo Votorantim, tem como marcas a obsessão pelo trabalho e a aversão a dívidas. Mas também o trabalho voluntário, por ter presidido por anos, sem salário, o Hospital Beneficência Portuguesa, que atende 60% dos pacientes pelo SUS. O empresário comandou por anos um conglomerado que abraçou, aos poucos, negócios diversos como celulose, cimento e banco. Afastado da companhia por problemas de saúde desde 2001, tem em seus filhos e sobrinhos a confiança da perpetuidade do Grupo Votorantim.
Jorge Gerdau Johannpeter transformou a pequena fábrica de pregos da família, em Porto Alegre, na principal produtora de aço do Brasil, com presença em 14 países e mais de 45.000 funcionários. Em janeiro de 2007, passou o negócio para o filho André Gerdau Johannpeter. Formado em administração, André começou a carreira como ajudante do operador da fábrica de pregos da companhia.
O carisma e as iniciativas visionárias de Silvio Santos fizeram com que ele deixasse de ser camelô para tornar-se um dos homens mais populares do país – além de bilionário e dono de um grupo empresarial com direito a rede de tevê e uma das maiores empresas de cosmético do país. Pai de seis filhas (duas do primeiro e quatro do segundo casamento), Silvio Santos já treinou várias incursões das filhas e atual esposa nos negócios. Depois de passar pela Jequiti e por trás dos bastidores do SBT, Patricia Abravanel foi, por enquanto, a única a se interessar pelos palcos, com participações no programa comandado pelo pai aos domingos.
Fundador da Marcopolo, uma das maiores fabricantes de carrocerias de ônibus do mundo, Paulo Bellini é presidente emérito da empresa. Natural de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, ele ocupou o comando da empresa de 1977 a 2012, quando passou o bastão para o filho, Mauro. A estratégia traçada pela Marcopolo para conquistar mercado dentro e, principalmente, fora do país foi um dos pontos que levou a companhia a ser escolhida a Empresa do Ano de Melhores e Maiores 2014 de EXAME.
Décio da Silva, hoje com 57 anos, tinha apenas 12 quando começou a trabalhar como administrador de empresas na WEG, empresa fundada por seu pai, Eggon João da Silva. Passou por vários cargos até assumir a presidência do grupo, em 1989, no lugar do fundador – uma sucessão planejada por 15 anos. Em janeiro de 2008, assumiu a presidência do conselho de administração do Grupo WEG.
No comando da Hering desde 1998, Fabio Hering, de 55 anos herdou o negócio do pai, Ivo Hering, e representa a quinta geração da família na empresa. O executivo começou como trainee na Hering há 27 anos e foi um dos responsáveis por reerguer a empresa, que chegou perto da falência nos anos 90. Entre outras medidas, Fábio liderou a troca da gestão familiar pela gestão corporativa do novo mercado.
Depois de fundada por Valentim Tramontina, a companhia com o nome do sobrenome da família já passou pelas mãos do filho do empreendedor e hoje está sob comando do neto, Clóvis Tramontina. Clóvis começou o processo de começou o processo de internacionalização da empresa, com a primeira loja nos Estados Unidos, e de diversificação do negócio. Além de talheres e utensílios de cozinha, a Tramontina se aventura agora no mercado de móveis.
Jean-Charles Naouri, presidente do varejista francês Casino e do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar desde a renúncia de Abilio Diniz, vem preparando seu primogênito para herdar o comando dos negócios há alguns anos. Tanto que, desde 2012, Gabriel dirige a divisão dedicada a marca, digital e inovação do Casino. O filho de Naouri é também membro do conselho de administração da Rallye, a holding que controla o Casino. Ele também já atuou na área de fusões e aquisições do banco Rothschild e como diretor de marketing da L’Oreal nos Estados Unidos.
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