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Zelensky rejeita exigência russa sobre corte de armas a Kiev e diz que vai conversar com Trump

Presidente ucraniano falou com a imprensa em Helsinque, na Finlândia, após novos ataques russos contra o país

Ucrânia: Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira que pretende conversar ao longo do dia com o líder americano, Donald Trump (Tetiana DZHAFAROVA/AFP)

Ucrânia: Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira que pretende conversar ao longo do dia com o líder americano, Donald Trump (Tetiana DZHAFAROVA/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 19 de março de 2025 às 11h03.

Última atualização em 19 de março de 2025 às 11h05.

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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta quarta-feira, 19, que pretende conversar ao longo do dia com o líder americano, Donald Trump, para discutir os próximos passos das negociações de paz com a Rússia e se informar sobre o diálogo mantido no dia anterior pelo republicano com o presidente russo, Vladimir Putin.

Em Helsinque para uma reunião com aliados, Zelensky disse que acreditava que o fim do conflito pode ser alcançado neste ano, mas rejeitou os termos russos, que demandaram o fim do fornecimento de armas e inteligência a Kiev como pré-condição para um cessar-fogo total.

"Os próximos passos não podem ser dados sem nós", afirmou Zelensky em entrevista coletiva na Finlândia. "Discutirei alguns detalhes dos próximos passos com ele [Trump], e acho que posso ouvir os detalhes de sua conversa com Putin".

Em uma conversa telefônica que durou duas horas e meia, Putin afirmou a Trump que suspenderia os ataques contra instalações energéticas da Ucrânia por 30 dias, mas rejeitou uma trégua, como queria a Casa Branca. O líder russo também exigiu a interrupção da "mobilização forçada na Ucrânia", além do envio de armas do fornecimento de inteligência aos ucranianos — o que a União Europeia rejeitou nesta quarta, 19.

Aos jornalistas em Helsinque, Zelensky rechaçou expressamente a exigência russa, afirmando que os aliados de Kiev deveriam se comprometer a fazer o oposto — aumentar a colaboração com a Ucrânia —, e apontou que a demanda do Kremlin era incompatível com um país que busca a paz.

"Na minha opinião, sim, a Rússia vai querer que nossos parceiros parem de nos ajudar, porque isso significaria enfraquecer as posições ucranianas, embora isso seja estranho... se você não planeja continuar travando a guerra e realmente quer paz, e estou falando de Putin agora, por que você temeria o Exército ucraniano? Por que você faria tudo para minar nossas Forças Armadas ou enfraquecer a proteção do nosso povo?", indagou Zelensky. "Acredito que não deve haver concessões na ajuda à Ucrânia. Devemos fortalecer, ao contrário, a ajuda à Ucrânia, porque isso é um sinal de que a Ucrânia está pronta contra quaisquer surpresas dos russos".

Embora o diálogo com Putin tenha sido apresentado por Trump como um sucesso, sendo descrito pela Casa Branca como um "movimento para a paz", a Rússia voltou a atacar a Ucrânia após o contato entre os presidentes. Um comunicado informou que um dos alvos foi justamente uma infraestrutura energética que abastece o setor ferroviário da região de Dnipropetrovsk, enquanto Zelensky disse que um hospital em Sumy foi atingido — considerando o ato como uma rejeição russa ao cessar-fogo total.

Moscou trocou acusações com Kiev, afirmando ter repelido tentativas de incursões terrestres na região russa de Belgorod e que um ataque de drones ucranianos provocou um incêndio em uma instalação de petróleo na região de Krasnodar.

Apesar das acusações ucranianas, o porta-voz russo Dmitri Peskov afirmou que Putin e Trump "confiam um no outro" e querem normalizar as relações entre a Rússia e os EUA. O enviado especial dos EUA ao Oriente Médio (que também participa das negociações no conflito na Ucrânia), Steve Witkoff, afirmou que uma reunião com uma delegação russa deve ocorrer no domingo em Jedá.

Zelensky afirmou que a negociação não poderia continuar sem os ucranianos, mas que só poderia falar sobre uma presença em Jedá após falar com Trump.

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