Venezuela diz que não deve "nenhuma explicação" aos EUA sobre reeleição de Maduro
Transparência do pleito é questionada internacionalmente e oposição afirma que teve maioria dos votos
Agência de notícias
Publicado em 30 de agosto de 2024 às 06h45.
O governo da Venezuela disse que “não deve explicações” aos Estados Unidos sobre a reeleição de Nicolás Maduro, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nas eleições presidenciais de 28 de julho.
O anúncio foi feito na quinta-feira, 29, em resposta ao governo americano, queclassificou como inaceitávela falta de transparência nessas eleições, cujo resultado é contestado pela oposição e grande parte da comunidade internacional.
Para o governo venezuelano, o Departamento de Estado dos EUA “insiste em sua posição desprezível de se intrometer em assuntos que não lhe dizem respeito”.
“Não devemos explicações a nenhum órgão estrangeiro, muito menos ao império hostil”, diz uma mensagem compartilhada no Telegram pelo ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil.
Ele ressaltou que o resultado divulgado pelo CNE "foi corroborado" peloTribunal Supremo de Justiça (TSJ), comandado por aliados de Maduro, que validou a reeleição do atual presidente após um processo solicitado por ele.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse nesta quinta-feira que o presidente venezuelano e seus representantes reivindicaram “falsamente” a vitória e se envolveram em “repressão” para se manter no poder.
Miller afirmou que os EUA “aplaudem a coragem e a resiliência dos milhões de venezuelanos que votaram e que continuam a pedir pacificamente a Maduro que reconheça” que o porta-bandeira da principal coalizão de oposição, Edmundo González Urrutia, “recebeu a maioria dos votos”.
Além disso, ele enfatizou que , apesar dos repetidos apelos dos venezuelanos e da comunidade internacional, o CNE, “controlado por Maduro, não justificou os resultados anunciados apresentando as planilhas originais de apuração, como fez após as eleições de 2013 e 2018”.