UE rebate declarações de Lula e nega contribuir para prolongamento da guerra na Ucrânia
Stano lembrou que o Brasil votou a favor da resolução que condena a decisão de Moscou de invadir o país vizinho e determina que o Kremlin retire todas as tropas do território ucraniano
Agência de notícias
Publicado em 17 de abril de 2023 às 18h48.
A União Europeia (UE) reagiu, nesta segunda-feira, 17, às acusações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que Estados Unidos e Europa contribuiriam para o prolongamento da guerra na Ucrânia.
Em coletiva de imprensa, o porta-voz da Comissão Europeia, Peter Stano, negou que as ações do bloco tenham alimentado o conflito e enfatizou que a Rússia é a agressora neste caso. "O que estamos fazendo é ajudar a Ucrânia a exercer seu direito legítimo de autodefesa", afirmou.
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Os conflitos internacionais da Guerra da Ucrânia
Stano lembrou que o Brasil votou a favor da resolução que condena a decisão de Moscou de invadir o país vizinho e determina que o Kremlin retire todas as tropas do território ucraniano. "Não é verdade que os EUA e a UE estejam ajudando a prolongar o conflito. A verdade é que a Ucrânia é vítima de uma agressão ilegal que viola a Carta das Nações Unidas", rebateu.
Em viagem aos Emirados Árabes Unidos, Lula voltou a criticar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky , ontem e propôs a criação de um fórum semelhante ao G20 que busque uma solução pacífica no leste europeu.
Iniciativas de paz
Em resposta, o porta-voz da Comissão Europeia argumentou que a UE apoia iniciativas de paz desde antes da invasão russa. Stano alega que o bloco ofereceu ao Kremlin diversas oportunidades para apresentar suas preocupações "de maneira civilizada". Segundo ele, todas as alternativas foram respondidas com uma escalada das hostilidades pelo presidente russo, Vladimir Putin .
"Claro que a UE apoia a paz o mais breve possível, mas não nos esqueçamos de que a Ucrânia é que a vítima, então é a Ucrânia que definirá sob quais condições possíveis conversas de paz começarão", ressaltou.
As declarações acontecem no mesmo dia em que o ministro das relações exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, chegou ao Brasil para reuniões com representantes do governo Lula. Após encontro com o homólogo brasileiro, Mauro Vier, Lavrov disse que os dois países têm "visão similar" sobre a guerra na Ucrânia.