Rússia nega ataque à usina de Chernobyl e acusa Kiev de provocação (Sergei Supinsky/AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 11h26.
O Kremlin negou nesta sexta-feira, 14, que o Exército russo tenha atacado a usina nuclear de Chernobyl, onde ocorreu, em 1986, o maior acidente nuclear da história. A acusação foi feita pelo presidente da Ucrânia, Volodímir Zelenski.
“Os militares russos não fazem isso. Por isso, qualquer afirmação de que isso foi assim não se corresponde com a realidade”, disse Dmitri Peskov, porta-voz da Presidência russa, em sua coletiva de imprensa telefônica diária.
Embora tenha admitido que não possui “informação exata”, Peskov afirmou: “Não se pode nem sequer falar de ataques contra infraestruturas nucleares”.
O porta-voz do Kremlin sugeriu que a acusação pode se tratar de um “montagem” feita pelo regime de Kiev. Segundo ele, "o mais provável é que seja uma nova provocação".
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zajárova, endossou a posição do Kremlin, afirmando que a denúncia de Zelenski foi feita estrategicamente antes da Conferência de Segurança de Munique.
“Não há dúvida de que Zelenski não iria para a Conferência de Munique de mãos vazias”, disse Zajárova. Ela relembrou que, no ano passado, Kiev acusou Moscou de atacar um hospital infantil às vésperas do mesmo evento.
Zelenski afirmou que um drone russo carregado com explosivos atingiu uma estrutura que impede a liberação de radiação na usina de Chernobyl. Apesar dos danos “significativos”, segundo ele, os níveis de radiação não sofreram aumento até o momento.
O Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) confirmou que um drone impactou o sarcófago de proteção do reator da usina.
O diretor-geral do OIEA, Rafael Grossi, alertou que o ataque, atribuído a Moscou pelo governo ucraniano, e a intensificação da atividade militar na usina de Zaporíjia, controlada por tropas russas, ressaltam os “persistentes riscos para a segurança nuclear” na região.