Trump é um 'grande risco' para os EUA, diz Kamala em comício
Candidata democrat falou sobre seu adversário durante um comício em Erie, no estado da Pensilvânia
Agência de notícias
Publicado em 15 de outubro de 2024 às 07h15.
Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 07h21.
Kamala Harris afirmou na segunda-feira, 14, que Donald Trump é "cada vez mais instável e perturbado" e se ganhar as eleições "seria um grande risco para os Estados Unidos" porque, para ele, o "inimigo interno" são os "jornalistas", os "funcionários eleitorais" e os "juízes".
A vice-presidente e candidata democrata às eleições presidenciais de 5 de novembro fez um comício na localidade de Erie, no estado-chave da Pensilvânia, no qual atacou de frente seu rival.
"Há muito em jogo nessas eleições, e temos que lembrar que não estamos em 2016 nem em 2020, o que está em jogo é ainda mais importante", afirmou.
Kamala tem 60% e Trump 35% entre brasileiros que votam nos EUA, diz pesquisaHá alguns meses, lembrou, a Suprema Corte decidiu que Trump "seria essencialmente imune a tudo o que fizesse enquanto estivesse no cargo", assim que o imaginem sem limites, disse.
"Ele, que prometeu, que se for reeleito, será um ditador desde o primeiro dia, que utilizará o Departamento de Justiça como arma contra seus inimigos políticos, ele, que pediu o fim da Constituição", advertiu.
A Pensilvânia é um dos sete estados-pêndulo, que não se inclinam claramente por nenhum partido e decidirão provavelmente quem será o presidente, de modo que ambos os candidatos tentam mobilizar o voto dos indecisos.
"Ouçam suas palavras, elas nos dizem quem ele é e o que ele vai fazer se for eleito presidente", disse Kamala antes de Trump aparecer em um vídeo dizendo que "os piores são os inimigos internos", que é "gente doente, lunáticos de esquerda radical", muito "mais perigosos do que Rússia e China".
O magnata vem repetindo há alguns dias que, "se for necessário", a "Guarda Nacional" ou "os militares" deveriam ficar a cargo desse "inimigo interno".
"Está falando que considera [inimigo] qualquer um que não o apoie, ou que não se dobre às suas vontades" e que "usaria os militares para persegui-los", afirmou a vice-presidente de 59 anos.
"Sabemos para quem ele apontaria porque já os atacou antes, jornalistas cujas histórias não lhe agradam, funcionários eleitorais que se negam a cometer fraudes [...] encontrando votos adicionais para ele, juízes que insistem em cumprir a lei ao invés de se dobrarem à sua vontade", afirmou.
Um poder sem controle
"Esta é uma das razões pelas quais acredito tão firmemente que um segundo mandato de Trump seria um grande risco para os Estados Unidos e perigoso", ressaltou Kamala em um de seus discursos mais duros.
Segundo ela, seu adversário "está cada vez mais instável e perturbado, e está em busca de um poder sem controle".
A ex-procuradora da Califórnia também se dirigiu ao eleitorado negro, já que está em desvantagem nas pesquisas nessa faixa do eleitorado em comparação com seus antecessores democratas na corrida pela Casa Branca.
A candidata trabalha em um novo plano econômico voltado para este setor da população.
Kamala propôs ajudas aos homens afro-americanos para criar pequenas empresas ou comércios, com empréstimos a juros baixos, e para facilitar seu acesso à educação e formação.
A "agenda de oportunidades" está planejada para dar "ferramentas para alcançar a liberdade financeira (...) e proteger os seus direitos", afirmou a sua campanha.
"Tenho a intenção de ganhar o voto de todos", disse Kamala em entrevista ao 'The Shade Room', um dos dois meios de comunicação voltados para a população negra com os quais conversou.
Na Geórgia, outro estado decisivo onde Biden venceu por pouco em 2020, o ex-presidente Bill Clinton fez campanha para a candidata democrata.
"Kamala Harris será uma boa presidente", disse Clinton. "É literalmente possível que toda a eleição seja decidida aqui", completou.
Lunáticos de esquerda
Por sua vez, Trump participou de um ato de campanha na localidade de Oaks, nos arredores da Filadélfia, a maior cidade da Pensilvânia, estado que oferece 19 votos dos 270 necessários no Colégio Eleitoral para ganhar as eleições.
O bilionário, que se nega a tornar público um relatório médico detalhado e se recusou a participar de um segundo debate na televisão com sua rival, estimou que Kamala "não foi talhada para este trabalho".
Mais uma vez, atacou a imigração irregular, o problema mais importante do país na sua opinião, à frente da economia.
"É incrível, estes lunáticos da esquerda radical. Querem que todo o mundo entre em nosso país, muitas dessas pessoas são criminosos, e depois também querem tirar as armas de vocês", quando "vocês precisam delas para se protegerem", afirmou o republicano.
Além disso, reiterou que invocará a lei de inimigos estrangeiros promulgada em 1798 para expulsar os migrantes que estão em situação irregular.
O magnata teve que interromper o comício duas vezes por emergências médicas, e aproveitou para pedir que espalhassem a "Ave Maria". O evento terminou com música.