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Trump ameaça eliminar programas de imigração e Kamala visita fronteira com o México

Tema é um dos principais dentro da campanha eleitoral antes do pleito marcado para 5 de novembro

Kamala Harris e Donald Trump, durante debate no dia 10 de setembro (Saul Loeb/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 27 de setembro de 2024 às 10h51.

Última atualização em 27 de setembro de 2024 às 11h02.

Kamala Harris visita a fronteira com o México nesta sexta-feira, 27, para tratar da imigração, uma questão sobre a qual Donald Trump parece ter vantagem apesar de ameaçar deportações em massa e cancelar as "vias legais" de emigração para os Estados Unidos criadas pelos democratas.

Na quinta-feira, o ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca chamou sua rival democrata de "incompetente, fraca e ineficaz" e acusou-a de ir até a fronteira "para tentar convencer as pessoas de que ela não é tão má".

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Ele novamente acusou os democratas por uma "inundação repentina e sufocante de imigrantes ilegais". "É uma inundação. É uma invasão", disse ele.

"Eles infectam o nosso país", disse Trump, que no passado acusou os migrantes "de envenenar o sangue" dos Estados Unidos.

O milionário de 78 anos atacou duramente duas formas criadas pelo governo do presidente Joe Biden para emigrar ao país: o agendamento por meio de um aplicativo de celular (CBP One) e um programa que permite a chegada mensal de 30 mil cubanos, venezuelanos, haitianos e nicaraguenses que tiverem um patrocinador no país.

"Kamala criou um programa completamente novo para trazer imigrantes da Venezuela, Haiti e Nicarágua, e nós os instalamos em comunidades americanas", especialmente na Pensilvânia, Wisconsin e Carolina do Norte, disse ele, citando três dos sete estados que provavelmente decidirão o resultado das eleições de 5 de novembro.

"Permitiu que uma quantidade praticamente ilimitada de imigrantes ilegais apertem um botão, agendem sua entrevista de imigração ilegal em nossos portos de entrada e se apresentem para entrar livremente em nosso país", acrescentou.

A retórica de imigração de Trump não é nova, mas em comícios recentes ele mencionou medidas concretas para reduzir a credibilidade da sua opositora em uma área onde tenta ganhar confiança.

A viagem desta sexta-feira à fronteira é a primeira desde que Biden passou o bastão para Harris na corrida à Casa Branca, em julho.

Em Douglas, Arizona, estado do sudoeste muito disputado nas eleições, Harris "pedirá medidas de segurança mais rigorosas", explicou um funcionário da campanha.

A expectativa é que ela prometa aumentar o número de agentes e implantar mais equipamentos para detectar o fentanil, um opioide sintético que está causando estragos nos Estados Unidos.

A democrata de 59 anos também destacará "a falta de resposta de Donald Trump ao desafio (da imigração) quando era presidente e as suas recentes manobras para dificultar soluções apoiadas por ambos os partidos".

Trump pressionou os congressistas republicanos a bloquearem um projeto de lei bipartidário que teria endurecido a política de imigração dos EUA.

Fechar a fronteira

Harris "deveria guardar a passagem de avião, deveria voltar à Casa Branca e dizer ao presidente para fechar a fronteira; pode fazê-lo com apenas uma assinatura", declarou Trump.

Segundo seu chefe de campanha, Harris também rejeitará "a falsa ideia de que temos de escolher entre garantir a segurança das fronteiras e criar um sistema de imigração seguro, organizado e humano".

"Por que ela não fez isso? Ela tem planos para o futuro. Por que não fez isso? Ela está lá (na Casa Branca) há quase quatro anos", perguntou Trump na quinta-feira.

Os republicanos censuram Biden por ter esperado até junho para fechar a fronteira com o México, quando houve mais de 2.500 travessias irregulares em uma média de sete dias.

Segundo as pesquisas, os americanos confiam mais em Trump do que em Harris para enfrentar a imigração ilegal.

O bilionário, que recentemente espalhou a farsa de que os migrantes haitianos comem cães e gatos em uma cidade americana, não perde a oportunidade de acusar os democratas pela "estafa migratória" e os migrantes irregulares de quase todos os males, incluindo "roubar empregos".

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