Interrupção temporária, para impedir a entrada de produto ucraniano mais barato, expira à meia-noite desta sexta (Santiago Urquijo/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 15 de setembro de 2023 às 12h30.
As autoridades da União Europeia (UE) devem decidir nesta sexta-feira, 15, se vão prorrogar a proibição às vendas de grãos ucranianos na Polônia, Hungria, Eslováquia, Romênia e Bulgária, onde apenas o trânsito para outros mercados é permitido desde abril.
A interrupção temporária, para impedir a entrada de produto ucraniano mais barato, expira à meia-noite desta sexta. Mas as tensões entre a Ucrânia e a Polônia, um dos maiores apoiadores do governo da Ucrânia na guerra contra a Rússia, têm gerado preocupações no bloco.
Os poloneses ameaçam quebrar as regras da UE e agir unilateralmente para proibir os grãos da Ucrânia, caso o bloco não estenda o acordo atual até o fim do ano.
Em resposta, os ucranianos avisaram que vão levar a UE à Organização Mundial do Comércio (OMC), em busca de compensação, se a proibição não for suspensa. A Polônia realiza eleições parlamentares no próximo mês, com o governo nacionalista enfrentando uma disputa acirrada em que espera conquistar o apoio dos eleitores rurais.
Embora o trigo da Ucrânia apenas atravesse a Polônia a caminho de clientes asiáticos e africanos, parte dele ainda é vendido no mercado negro a um preço mais baixo. Em julho, o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, criticou o vizinho polonês por ações "hostis e populistas" sobre a proibição de grãos. Isso causou tumulto no governo polonês, que recebeu milhões de ucranianos durante a guerra. Um assessor presidencial respondeu, na época, que a Ucrânia deveria ser grata pelo que a Polônia havia feito.
A questão dos grãos divide opiniões no bloco europeu. A maioria dos Estados-Membros se opõe a estender o acordo atual, dizem diplomatas.
O governo da Bulgária anunciou na quinta-feira , 14, que estava retirando sua proibição sobre as importações do produto ucraniano. Já na Eslováquia, as eleições no fim deste mês podem trazer de volta o governo do ex-primeiro ministro Robert Fico, segundo pesquisas, que fez campanha contra as sanções ocidentais à Rússia.