As tarifas de Trump foram o primeiro movimento mais agressivo em relação às políticas comerciais (AFP)
Repórter de ESG
Publicado em 3 de março de 2025 às 15h45.
Última atualização em 3 de março de 2025 às 15h51.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prestes a impor novas tarifas sobre importações do México e do Canadá. No entanto, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, sugeriu em entrevista à Bloomberg que as taxas podem ser menores do que os 25% inicialmente anunciados, dependendo do progresso nas negociações com os governos de Claudia Sheinbaum e Justin Trudeau.
As tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos estão programadas para entrar em vigor na terça-feira (4), mas Lutnick indicou que os percentuais ainda estão em discussão e podem ser ajustados conforme as negociações avançam. Há uma chance de serem adiadas, mas de qualquer forma há outras taxas previstas para abril, destaca a imprensa internacional.
Os decretos foram assinados em 1º de fevereiro e também incluem 10% sob produtos chineses, sendo o primeiro movimento mais agressivo de Trump em relação às políticas comerciais logo no início de seu mandato. Juntos, os três países representam 1/3 das importações dos EUA e um valor de US$ 1,5 trilhão anuais.
Até então, México e Canadá fazem parte de um acordo de livre-comércio com os EUA, que os isentaria de tarifas. A medida seria a mais abrangente da era Trump e e poderia levar a retaliações comerciais.
O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, expressou preocupação com as tarifas propostas e afirmou que o Canadá está preparado para responder de forma "forte e proporcional" caso as taxas sejam implementadas. O governo canadense tem buscado diálogo com Washington para evitar a imposição das tarifas e minimizar possíveis impactos econômicos.
No México, a presidente Claudia Sheinbaum destacou os esforços de seu governo no combate ao narcotráfico e na redução da imigração ilegal, questões apontadas por Trump como motivos para as taxas. Sheinbaum ressaltou que o México continuará trabalhando para fortalecer a segurança e manter uma relação comercial positiva com os Estados Unidos.
Especialistas alertam que a imposição das tarifas pode elevar os preços ao consumidor americano e afetar cadeias de suprimento, especialmente nos setores automotivo e agrícola. Além disso, há preocupações de que as medidas possam desencadear retaliações por parte do Canadá e do México, ampliando as tensões comerciais na América do Norte.
O governo Trump, por outro lado, argumenta que as tarifas são necessárias para proteger a indústria americana e reduzir déficits comerciais. O governo acredita que as medidas incentivarão a produção doméstica e fortalecerão a economia nacional.