EUA: Deputados investigam interferência estrangeira nas eleições do país (Leah Millis/Reuters)
Reuters
Publicado em 14 de dezembro de 2019 às 15h51.
Por Lawrence Hurley e Andrew Chung
WASHINGTON (Reuters) - A Suprema Corte dos Estados Unidos concordou na sexta-feira em ouvir os apelos do presidente Donald Trump em três casos separados para impedir que seus registros financeiros, incluindo declarações fiscais, sejam entregues a comitês da Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, e a um promotor de Nova York.
O presidente republicano está tentando bloquear intimações para registros bancários, declarações fiscais ou outros materiais exigidos por vários comitês da Câmara dos Deputados que investigam corrupção ou intromissão estrangeira no processo eleitoral dos EUA. Os inquéritos da Câmara não fazem parte dos procedimentos de impeachment liderados pelos democratas contra Trump por causa de suas negociações com a Ucrânia.
Já o procurador do distrito de Manhattan Cyrus Vance, um democrata, está buscando declarações fiscais de Trump em uma investigação criminal do presidente, da Trump Organization e de seu negócio imobiliário familiar.
O tribunal realizará alegações orais em março, com decisões até o final de junho.
"Estamos satisfeitos que a Suprema Corte tenha aprovado a revisão dos três casos pendentes do presidente. Esses casos levantam questões constitucionais significativas", disse Jay Sekulow, um dos advogados de Trump.
Líderes democratas na Câmara expressaram desapontamento que a decisão dos juízes de ouvir sobre os casos resultará em mais atrasos.
"Infelizmente, o povo americano agora terá que esperar vários meses pelas decisões finais", disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em comunicado. "Estamos confiantes de que a Suprema Corte ... respeitará a Constituição, as decisões dos tribunais inferiores e garantirá que a supervisão do Congresso possa prosseguir."
Um porta-voz de Vance se recusou a comentar.
Os casos são um teste para a maneira como os juízes veem, por um lado, os argumentos de Trump de que as intimações são uma ameaça à Presidência, e por outro, a necessidade de parlamentares ou promotores de buscar informações para investigações.