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Sociedade livre pode ironizar religião, diz Cameron

Primeiro-ministro britânico discordou da opinião do papa Francisco de que existem limites para a liberdade de expressão após atentado terrorista na França


	David Cameron: Primeiro-ministro britânico condenou atentado terrorista contra funcionários da revista francesa Charlie Hebdo
 (Oli Scarff/Pool/Reuters)

David Cameron: Primeiro-ministro britânico condenou atentado terrorista contra funcionários da revista francesa Charlie Hebdo (Oli Scarff/Pool/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de janeiro de 2015 às 23h33.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse hoje (18) que uma sociedade livre tem o direito de ironizar a religião, discordando da opinião do papa Francisco, que considerou existirem limites para a liberdade de expressão.

“Acho que em uma sociedade livre existe o direito de ser ofensivo com a religião dos outros”, disse Cameron. “Sou cristão. Se alguém diz algo ofensivo sobre Jesus, poderia considerá-lo ofensivo, mas em uma sociedade livre não tenho o direito de libertar a minha vingança sobre essa pessoa”, acrescentou.

Cameron, que na última sexta-feira (16) esteve reunido com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em Washington, afirmou, ainda, que o seu trabalho é “fazer cumprir a lei” e não dizer a um jornal se pode ou não fazer uma publicação.

Na quinta-feira (15), o papa Francisco defendeu que a liberdade de expressão é um direito fundamental, que não permite "insultos à fé dos outros". Francisco acrescentou que "matar em nome de Deus é uma aberração".

"Não podemos provocar, não podemos insultar a fé dos outros, não podemos ridicularizá-la", disse o papa aos jornalistas a bordo do avião que o levava de Colombo para Manila. A liberdade de expressão deve "exercer-se sem ofender", disse o papa sublinhando que expressar-se era um "direito fundamental".

“Todos têm não apenas a liberdade, o direito, como também a obrigação de dizer o que pensam para ajudar o bem comum. É legítimo usar esta liberdade, mas sem ofender", disse o papa, pedindo verdade, principalmente na atividade política.

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