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Secretário-geral da ONU se diz 'chocado' com nível de morte e destruição no norte de Gaza

António Guterres reinterou o pedido de cessar-fogo e libertação dos reféns, e chamou situação dos civis que estão no norte do enclave de 'insuportável'

O mecanismo começará a funcionar quando o secretário-geral da ONU, António Guterres (foto), e o governo hondurenho acertarem por escrito a existência de garantias legais mínimas e requisitos para o funcionamento do mesmo. (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 28 de outubro de 2024 às 06h51.

Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 06h53.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou neste domingo, 27, que está"chocado com os níveis assustadores de morte, ferimentos e destruição" após os ataques das forças israelenses no norte da Faixa de Gaza.

"A situação dos civis palestinos presos no norte de Gaza é insuportável", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric. Israel afirma que seus ataques pretendem impedir o reagrupamento do Hamas.

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"O secretário-geral está chocado com os níveis assustadores de morte, ferimentos e destruição no norte, com civis presos sob escombros, doentes e feridos sem atendimento médico vital e famílias sem comida e abrigo",completou o porta-voz.

Ele acrescentou que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, centenas de pessoas morreram nas últimas semanas e mais de 60 mil foram obrigadas a fugir.

"Os esforços repetidos para entregar suprimentos humanitários essenciais para sobrevivência — alimentos, remédios e abrigo — continuam sendo negados pelas autoridades israelenses, com poucas exceções, colocando muitas vidas em perigo", disse Dujarric.

"Em nome da humanidade, o secretário-geral reitera seus apelos por um cessar-fogo imediato, a libertação imediata e incondicional de todos os reféns e a responsabilização por crimes contemplados no direito internacional", acrescentou.

Ainda neste domingo, o porta-voz da agência de defesa civil de Gaza, Mahmud Bassal, criticou o "cerco" de Israel às cidades de Jabalia, Beit Hanoun e Beit Lahia, ao norte de Gaza, afirmando que 100 mil pessoas estavam presas nessas áreas.

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"Há 22 dias, nem uma gota de água ou pão entra no norte da Faixa de Gaza", disse Bassal em um comunicado.

"As forças de ocupação matam qualquer um que tente prestar serviços aos moradores do norte de Gaza", denunciou.

Bilal al-Hajri, 25 anos, morador de Beit Lahia, disse que o bloqueio estava desencadeando uma "fome" na área. "Estamos realmente morrendo sob forte cerco e fome", disse ele à AFP.

"Nenhum de nós pode sair de casa nem mesmo para ter acesso a comida e bebida... qualquer um que saia é um alvo."

O Exército israelense foi duramente criticado por sua operação no norte de Gaza, onde dezenas de milhares de civis estão bloqueados.

O Exército diz que o objetivo do ataque é destruir as capacidades operacionais que, segundo ele, o Hamas está tentando recompor no norte.

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