Agente da CIA diz que Putin interferiu nas eleições americanas de 2016
De acordo com a imprensa americana, a CIA retirou em 2017 um agente que estava na administração presidencial da Rússia e tinha acesso direto a Putin
AFP
Publicado em 10 de setembro de 2019 às 10h22.
Última atualização em 10 de setembro de 2019 às 11h51.
O Kremlin confirmou, nesta terça-feira, que empregou em sua administração um homem identificado pela imprensa russa como um agente da CIA , que foi retirado da Rússia há dois anos, mas negou que ele tivesse contato com o presidente Vladimir Putin .
A imprensa americana afirmou na segunda-feira que em 2017 a CIA retirou da Rússia seu agente, um alto funcionário da administração presidencial russa com acesso direto a Vladimir Putin, que foi capaz de confirmar que o próprio presidente russo havia orquestrado a interferência de Moscou nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.
O jornal russo Kommersant, citando "fontes não identificadas", garantiu nesta terça-feira que esta pessoa seria um funcionário do governo desaparecido em Montenegro com sua família em 2017 e que a Rússia acreditou por um tempo que estava morto antes de saber que estava vivo no exterior.
Esse homem "trabalhou para a administração presidencial, mas foi demitido há alguns anos", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, sem especificar os motivos da suposta demissão "em 2016 ou 2017".
"Sua posição não era uma da nível mais elevado (...) e não previa nenhum contato com o presidente" Putin, acrescentou, descrevendo as informações divulgadas pela mídia americana como "romance apelativo".
Segundo a CNN, o agente trabalhava para os americanos há várias décadas, tinha acesso direto a Putin e forneceu imagens de documentos fotografados em segredo na mesa do presidente.
Por sua vez, o New York Times afirmou que este informante permitiu a Washington concluir que Putin orquestrou diretamente a interferência russa em favor de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016.
A Rússia sempre negou com veemência qualquer interferência na eleição.