Eleição Argentina: país vizinho escolhe o próximo presidente. (Tomas Cuesta/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 22 de outubro de 2023 às 18h48.
Última atualização em 22 de outubro de 2023 às 23h51.
*Atualizado às 23h51.
A disputa presidencial na Argentina terá segundo turno, entre o ministro da Economia, Sérgio Massa, e o deputado ultraliberal Javier Milei, mostram dados da apuração da eleição, realizada neste domingo, 22.
Com 96,68% das urnas apuradas, os resultados são:
Sérgio Massa - 36,56% dos votos
Javier Milei - 30,05%
Patricia Bullrich - 23,85%
Juan Schiaretti - 6,83%
Myriam Bregnan - 2,69%.
Massa, o candidato governista, conseguiu se recuperar durante a campanha eleitoral. A coligação de Massa, Unión por la Patria, havia tido 27,27% dos votos nas primárias, em agosto, e ficou em terceiro lugar. Milei havia ganho, com 30,04%, e o Juntos por el Cambio, de Patricia Bullrich, veio em segundo, com 28,27%
Ele foi beneficiado por uma forte votação em Alex Kicilof, colega de coligação e também peronista, que disputou a reeleição para governar a província de Buenos Aires, apontam análises da imprensa argentina. A região concentra 37% dos eleitores do país.
O segundo turno na Argentina está marcado para 19 de novembro, e a posse do novo presidente será realizada em 10 de dezembro. Para vencer em primeiro turno, um candidato precisaria obter ao menos 45% dos votos, ou ao menos 40% se tiver 10 pontos percentuais de vantagem em relação ao segundo colocado.
Neste domingo, mais de 35 milhões de argentinos estavam aptos a votar, mas só 74% dos argentinos compareceram, um recorde negativo em 40 anos de democracia na Argentina. O dia teve chuva em várias partes do país, o que pode ter desestimulado as pessoas a irem votar.
O país escolheu também 130 dos 257 integrantes da Câmara dos Deputados e 24 dos 72 senadores neste domingo.
Javier Milei: candidato a presidente, ao votar em Buenos Aires (Luis Robayo/AFP)
Massa ganhou eleitores mesmo após meses de problemas na economia. Nos últimos meses, houve uma piora da crise na Argentina, com uma disparada do dólar. Logo após as primárias, o governo desvalorizou o peso e elevou o câmbio oficial em 22%. Assim, cada dólar passou a ser vendido por 365 pesos na cotação oficial. A paralela, chamada de dólar blue, teve alta bem mais forte e passou de 600 pesos por dólar, em agosto, para mais de 1.000 pesos no começo de outubro.
Nos últimos dias antes da votação, o dólar blue teve recuo, para 900 pesos. Os argentinos reduziram as negociações, à espera do que pode ocorrer após as eleições.
A inflação também subiu nestes meses de campanha, e atingiu 138% ao ano em setembro.
Como ministro, Massa tomou medidas como pagar benefícios extras para argentinos pobres e dar alguns descontos em impostos para empresas. Também buscou se afastar do atual presidente, Alberto Fernández, que não apareceu na campanha.