Presos em atos contra Putin na Rússia chegam a mais de 400
Os policiais interpelaram, um a um, os manifestantes perto do Kremlin. Alguns agentes usavam capacetes e coletes à prova de balas
AFP
Publicado em 6 de novembro de 2017 às 06h47.
A Polícia russa anunciou neste domingo (5) a detenção de mais de 380 pessoas que se reuniram em diferentes cidades para manifestações não autorizadas contra o presidente Vladimir Putin - denunciou uma ONG.
Especializada em temas e estatísticas sobre detenções na Rússia, a organização OVD-Info fala em 412 detidos, incluindo 376 em Moscou e 13 em São Petersburgo, segunda maior cidade do país.
Já de acordo com a Polícia, foram 263 detenções somente em Moscou.
"Por violação da ordem pública no centro de Moscou, 263 pessoas foram detidas. Todas foram levadas para delegacias locais", informou a Polícia moscovita em um comunicado.
A agência estatal de notícias TASS destacou que várias pessoas detidas estavam com facas, soco inglês e armas que disparam balas de borracha.
O opositor Viacheslav Maltsev, que foi candidato nas eleições legislativas de 2016 e tem um canal de política no YouTube com muitos seguidores, havia convocado as manifestações para este domingo em toda Rússia. Ele pediu uma "revolução popular" e o fim imediato do poder de Vladimir Putin.
Os policiais interpelaram, um a um, os manifestantes perto do Kremlin. Alguns agentes usavam capacetes e coletes à prova de balas.
Um jornalista da rádio Ecos de Moscou, Andrei Yezhov, escreveu no Twitter que havia sido detido e publicou um vídeo, feito dentro de um veículo da polícia, no qual afirmava que muitos detidos eram jovens de pouco mais de 20 anos.
Posteriormente foi liberado sem acusações.
Viacheslav Maltsev fugiu para Paris depois que um tribunal de Moscou emitiu uma ordem de detenção contra ele por incitação a atividades extremistas.
Seu movimento, Artpodgotovka, foi proibido pela Justiça em outubro.
O FSB, o serviço de segurança russo, informou na sexta-feira a detenção de um grupo de partidários de Maltsev que estariam planejando "ações extremistas de amplitude" nos dias 4 e 5 de novembro, incluindo incêndios em escritórios governamentais e ataques a policiais.
As detenções aconteceram em Moscou e seus arredores.