Agência de notícias
Publicado em 31 de janeiro de 2025 às 12h59.
Última atualização em 31 de janeiro de 2025 às 13h01.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta sexta-feira, 31, que seu governo tem uma "mesa de diálogo" com os Estados Unidos ante a ameaça do presidente americano Donald Trump de impor tarifas aos produtos do país.
"Informo ao povo do México que temos uma mesa de diálogo com o governo dos Estados Unidos, onde abordamos temas diferentes e acordos todos os dias", declarou a presidente um dia antes da data anunciada por Trump para impor tarifas de 25% ao México e ao Canadá, seus aliados no Acordo de Livre Comércio da América do Norte (T-MEC).
A presidente garantiu que tem vários planos de contingência. "Temos plano A, plano B, plano C para o que decidir o governo dos Estados Unidos", disse.
Ela reiterou que seu governo vai aguardar "com a cabeça fria" para tomar decisões em resposta à ameaça tarifária.
No dia 29 de janeiro, Sheinbaum expressou confiança de que Trump não adotaria tarifas contra o México.
"Não acreditamos que vai acontecer, realmente. E se acontecer, também temos nosso plano. Vamos informá-los", declarou.
Na quinta-feira, Trump reiterou a ameaça de impor tarifas de 25% ao México e ao Canadá, países que acusa de não controlar de maneira suficiente a entrada de migrantes sem documentos e de drogas como o fentanil nos Estados Unidos.
Tarifas de Trump ao México podem deixar os abacates mais caros nos EUA; entendaSheinbaum ressaltou que há diálogo constante com a Casa Branca nas questões de migração e de segurança.
"Sempre vamos manter o diálogo, é fundamental na relação entre o México e o governo dos Estados Unidos", disse.
O governo mexicano também disse nesta sexta-feira que as tarifas alfandegárias de 25% sobre as exportações afetariam principalmente os consumidores americanos, que encontrariam vários produtos mais caros nos supermercados.
"Os preços vão ficar mais altos, ou seja, o preço de todos esses produtos vai aumentar em 25%", disse o secretário de Economia, Marcelo Ebrard, na mesma entrevista coletiva.
O secretário disse que se Trump impuser essa medida, "haverá menos disponibilidade de produtos" e "problemas nas redes de abastecimento" na região da América do Norte.
Ebrard deu exemplos de alguns produtos que o México envia para os Estados Unidos, como computadores, automóveis e telas digitais.
"Quem compra o que fabricamos e exportamos? 40 milhões de famílias americanas", disse ele, referindo-se aos computadores.
"Não sei se têm essa informação, mas os preços dos seus computadores e de todos os componentes vão aumentar em 25%".
As tarifas violam o T-MEC, o sucessor do tratado comercial Nafta, que foi alterado em 2020 por exigência do próprio Trump. Também afetam duramente a economia mexicana, que envia 83% de suas exportações para os Estados Unidos.
Os três sócios do acordo tem prevista uma revisão do tratado no próximo ano.