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Presidente de Honduras nomeia nova ministra da Defesa após escândalo de drogas

O escândalo eclodiu depois de Xiomara ter cancelado, na quarta-feira, o tratado de extradição com os Estados Unidos

A presidente de Honduras, Xiomara Castro (C) durante a cerimônia de abertura das festividades da independência da América Central em Tegucigalpa, em 1º de setembro de 2024 (AFP/AFP Photo)

A presidente de Honduras, Xiomara Castro (C) durante a cerimônia de abertura das festividades da independência da América Central em Tegucigalpa, em 1º de setembro de 2024 (AFP/AFP Photo)

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Agência de notícias

Publicado em 1 de setembro de 2024 às 14h16.

Uma advogada, Rixi Moncada, foi nomeada neste domingo (1º) como nova ministra da Defesa de Honduras em meio a um escândalo sobre supostos vínculos com o tráfico de drogas que causou as renúncias ao governo e ao Congresso de um sobrinho e um cunhado da presidente Xiomara Castro.

O escândalo eclodiu depois de Xiomara ter cancelado, na quarta-feira, o tratado de extradição com os Estados Unidos, que permitiu a prisão de cerca de 50 hondurenhos ligados ao tráfico de drogas, incluindo políticos poderosos, o que alimentou suspeitas de que havia membros do governo de esquerda vinculados a traficantes.

"Quero anunciar a nomeação para ocupar o cargo de Secretária da Defesa da cidadã Rixi Moncada", advogada de 59 anos, anunciou Xiomara em um discurso de inauguração do mês das festividades de independência da América Central.

José Manuel Zelaya, sobrinho de Castro, renunciou no sábado ao cargo de titular do Ministério da Defesa, depois que seu pai, Carlos Zelaya, renunciou ao cargo de deputado e secretário do Congresso após confessar que, em 2013, se reuniu com chefões do tráfico de drogas.

Moncada, muito próximo da família presidencial, foi ministra do Trabalho e Energia no governo do marido de Xiomara, Manuel Zelaya, deposto por um golpe de Estado em 2009. Ela é vista como favorita para ser a candidata presidencial do partido governista "Libre" nas eleições de 2025. 

Fim do tratado

A presidente afirmou que cancelou o tratado, em vigor desde 1912 e aplicado desde 2014, para evitar que os Estados Unidos o utilizassem contra militares que lhe são leais e facilitassem uma tentativa de golpe de Estado. Xiomara tomou essa decisão drástica ao condenar a "interferência" da embaixadora dos Estados Unidos em Tegucigalpa, Laura Dogu, nos assuntos hondurenhos.

A diplomata havia criticado o fato de o ministro Zelaya e o chefe das Forças Armadas, general Roosevelt Hernández, terem se reunido com um ministro venezuelano sancionado por Washington por tráfico de drogas.

Dogu, que participou do evento liderado por Xiomara neste domingo, disse que mantém "contato todos os dias com o governo hondurenho".

"Este é o meu papel como diplomata, manter relações com o governo e eles estão em contato conosco", disse ela aos jornalistas, sem mencionar as renúncias ou o fim do tratado bilateral.

"Aqui trabalhamos todos os dias em todas as questões diplomáticas, econômicas, políticas e militares e vamos manter as nossas atividades", acrescentou.

O fim do tratado de extradição "é um passo que não beneficia ninguém", disse neste domingo à AFP o analista Roberto Herrera, ex-ombudsman hondurenho.

O cancelamento do tratado com Washington leva a pensar que há funcionários do governo hondurenho "vinculados" às drogas, alertou o sociólogo Pablo Carías à AFP na sexta-feira.

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