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Para os Estados Unidos, Rússia poderia atacar Ucrânia a qualquer momento

Segundo a representante da Casa Branca, a postura dos Estados Unidos é de mostrar a Moscou que "há dois caminhos"

Presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro em Genebra. (Denis Balibouse/Pool/Reuters)

Presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da Rússia, Vladimir Putin, durante encontro em Genebra. (Denis Balibouse/Pool/Reuters)

Drc

Da redação, com agências

Publicado em 18 de janeiro de 2022 às 18h01.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou nesta terça-feira que a administração acredita que a Rússia está em um ponto no qual poderia atacar a Ucrânia a qualquer momento. Segundo a representante, a postura dos Estados Unidos é de mostrar a Moscou que "há dois caminhos", e que, caso os russos não sigam o diplomático, irão sofrer as consequências, inclusive econômicas. Em coletiva de imprensa diária, Psaki disse que impedir o gasoduto Nord Stream 2 é uma ferramenta possível, e que Washignton segue em contato com aliados sobre o tema, em especial a Alemanha.

Segundo ela, o momento atual é uma situação muito perigosa, e que foi criada pela movimentação de tropas por parte do presidente Vladimir Putin. Em um encontro marcado do secretário de Estado Anthony Blinken e o ministro das relações exterior da Rússia, Sergei Lavrov, em Genebra, o americano irá pedir ao homólogo uma desescalada de tensões, segundo Psaki, e "irá mostrar que há caminho diplomático para resolução". Blinken visitará ainda a Ucrânia nesta semana, e terá uma reunião com o presidente do país, Volodymyr Zelenskyy.

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O coordenador de implementação de infraestrutura da administração, Mitch Landrieu, também participou da coletiva, e fez uma série de defesas dos projetos no âmbito Build Back Better.

O dirigente anunciou US$ 4,7 bilhões para limpeza na exploração hidrocarbonetos, no que atrapalha e polui as águas do país, indicou, e que tem em vista especialmente lidar com o gás metano. "Limpar comunidades, combater mudanças climáticas e criar empregos bem pagos", disse sobre o propósito dos investimentos. Landrieu defendeu os aspectos bipartidários dos projetos de infraestrutura, e disse que republicanos foram muito receptivos ao tema. "Coordenação com estados e líderes locais" é fundamental, afirmou.

Envio de tropas

A Rússia começou a enviar tropas para Belarus, para exercícios conjuntos com o país vizinho, que também faz fronteira com a Ucrânia. Vídeos postados nas redes sociais mostraram tanques russos sendo transportados de trem. Alexander Volfovich, chefe do Conselho de Segurança Belarusso, confirmou a chegada dos soldados para as manobras militares que começam em fevereiro.

A decisão aumenta os temores de que Moscou esteja preparando um ataque à Ucrânia. Alguns analistas sugerem que a Rússia poderia usar Belarus para facilitar a invasão, ao ampliar a linha de defesa da Ucrânia, aproveitando uma fronteira de mais de mil quilômetros entre os dois países.

A operação ocorre no momento em que 100 mil soldados russos estão mobilizados na fronteira ucraniana. Pressionado pelos EUA e pela Europa, o ditador belarusso, Alexander Lukashenko, se aproximou da Rússia e buscou apoio de Vladimir Putin.

Reação

EUA, Europa e Otan prometeram proteger a soberania ucraniana e ameaçaram fazer a Rússia pagar caro por um ataque à Ucrânia. As ameaças ocorrem depois de um ataque cibernético que atingiu sites de instituições e agências governamentais ucranianas, na semana passada - todas as suspeitas recaem sobre os russos.

Aliados da Ucrânia alertaram que os ataques cibernéticos poderiam ser um prelúdio para novas agressões. Assessores do presidente dos EUA, Joe Biden, temem que Putin crie um pretexto para ordenar a ação militar - como fez com a anexação da Crimeia península ucraniana no Mar Negro, em 2014.

Putin nega tudo. Diz que não tem planos de invadir a Ucrânia e não tem relação com os ciberataques. Ao mesmo tempo, ele usa a crise para pressionar americanos e europeus a dar algum tipo de garantia de que a Otan suspenderá sua expansão na direção das ex-repúblicas soviéticas - que ele considera sua área de influência.

O Ocidente, porém, faz jogo duro. Ontem, a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, visitou a Ucrânia e garantiu que a Alemanha está pronta para proteger os ucranianos. “Cada novo ato agressivo terá um preço elevado para a Rússia, economicamente, estrategicamente e politicamente”, disse. “A diplomacia é o único caminho.”

No Reino Unido, o secretário de Defesa, Ben Wallace, prometeu enviar à Ucrânia um novo sistema de segurança para aumentar a capacidade defensiva do país. Em Bruxelas, a Otan assinou um acordo para reforçar a segurança cibernética da Ucrânia. (Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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