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Novo relatório mostra abusos na fronteira da Venezuela. E agora?

Entre as revelações estão assassinatos, desaparecimentos, violência sexual, recrutamento de crianças como soldados

Venezuela: relatório aponta que grupos armados cometeram uma série de abusos contra civis na fronteira (Guillermo Legaria/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2019 às 06h59.

Última atualização em 8 de agosto de 2019 às 10h51.

O regime de Nicolás Maduro recebe uma nova leva de pressão internacional nesta quinta-feira. A ONG internacional Human Rights Watch divulgou relatório mostrando que grupos armados cometeram uma série de abusos contra civis na fronteira da Venezuela com a Colômbia. Entre as revelações estão assassinatos, desaparecimentos, violência sexual, recrutamento de crianças como soldados.

As principais vítimas são venezuelanos que deixam seu país por emergências humanitárias. A região fronteiriça entre os dois países sofre, segundo a ONG, uma tenebrosa combinação de crise humanitária e financeira pelo desmantelamento do estado venezuelano e pela desmobilização das FARC na Colômbia . Mais de 40 mil pessoas deixaram suas casas na fronteira nos últimos dois anos.

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Em abril, outro relatório da Human Rights Watch mostrou violações de direitos humanos, falta de alimentos e um colapso no sistema de saúde. A ONG defendeu, à época, uma intervenção da Organização das Nações Unidas no país. Em julho, um relatório da Alta Comissária da ONU para direitos humanos, a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, apontou ainda uso de esquadrões da morte e de tortura contra opositores. Era o que faltava para até o ex-presidente uruguaio José Mujica chamar o governo Maduro de “ditadura”.

Agora, o novo relatório deve ampliar as tensões de uma semana carregada. Ontem, Maduro decidiu suspender a participação de representantes do governo nos diálogos com a oposição em Barbados, mediados pela Noruega, depois que o líder do parlamento, Juan Guaidó, apoiou novas sanções dos Estados Unidos.

O governo de Donald Trump impôs um bloqueio total aos bens do governo da venezuela sob jurisdição americana. Negociadores de Guaidó, reconhecido como presidente interino por 50 países, entre eles o Brasil, já estão em Barbados para a nova leva de negociações. A negativa de Maduro acaba por confirmar um crescente ceticismo internacional sobre a viabilidade de negociar com seu regime. O problema: sem conversas, e com novas e reiteradas comprovações de abusos, que alternativas sobram?

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