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Ninguém está a salvo: após calmaria, Hong Kong volta restrições por covid

Após um período com só alguns casos por dia, a piora da situação levou o governo a impor regras mais rígidas a partir desta quarta-feira

Atendente serve em iate em Hong Kong: escolas fechadas e bancos incentivando funcionários a voltar para o home office (Anthony Kwan/Bloomberg)

Atendente serve em iate em Hong Kong: escolas fechadas e bancos incentivando funcionários a voltar para o home office (Anthony Kwan/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 2 de dezembro de 2020 às 15h19.

A nova onda de coronavírus em Hong Kong mina as esperanças de um retorno à normalidade. A bolha de viagens com Cingapura foi adiada pela segunda vez nesta terça-feira, enquanto alguns bancos internacionais ordenaram que funcionários voltassem a trabalhar em casa. Carrie Lam, chefe do Executivo de Hong Kong, disse que até festas em barcos estão fora dos limites.

É um alerta preocupante sobre como as circunstâncias podem mudar rapidamente. Após a longa calmaria com apenas alguns casos por dia, a piora da situação em Hong Kong levou o governo a impor regras mais rígidas de distanciamento social e fechar escolas novamente. A cidade registrou 82 novos casos na terça-feira.

Embora a nova onda de coronavírus em Hong Kong seja muito menos intensa do que nos Estados Unidos e na Europa, onde os casos em alguns lugares ainda batem recordes diários, foi suficiente para levar a uma série de novas restrições. Boates e salas de karaokê estão fechadas, mas agora há uma linha direta para que residentes denunciem festas a bordo de iates e barcos alugados, disse Lam em conversa com repórteres na terça-feira.

Funcionários de bancos

Embora Hong Kong deva limitar reuniões públicas a duas pessoas, o governo não restringiu o número de indivíduos que podem se reunir em ambientes privados. Um representante da polícia não deu detalhes se a medida teria algum efeito sobre festas privadas organizadas por proprietários de iates, referindo-se apenas à postagem anterior no Facebook.

Bancos globais presentes no centro financeiro, como Goldman Sachs e Standard Chartered, incentivam mais funcionários a trabalharem em casa novamente.

O Goldman Sachs vai retomar o regime completo de trabalho remoto em Hong Kong a partir de quarta-feira, exceto para funcionários que precisam estar no escritório em razão de suas funções, de acordo com memorando à equipe que foi confirmado por um porta-voz do banco.

O Standard Chartered adotou um esquema de equipe dividida para funções que exigem trabalho no escritório e reduziu o horário das agências na última sexta-feira, de acordo com uma porta-voz. “Em vista da quarta onda de Covid, incentivamos nossa equipe a trabalhar em casa sempre que possível”, disse.

Mas, talvez, o maior contratempo da terça-feira tenha sido o adiamento até 2021 do esperado corredor de viagens entre Hong Kong e Cingapura. A medida atinge em cheio companhias aéreas e empresas de turismo da região, que buscam se recuperar da pandemia.

A bolha de viagens, que incluiria testes rigorosos de Covid, não entrará em operação neste ano, e as cidades disseram na terça-feira que planejam revisar o acordo para 2021 no final de dezembro. O pacto, que permitiria aos passageiros viajar entre os centros sem quarentena, já havia sido adiado por duas semanas em 21 de novembro, um dia antes do início dos voos.

Com a contenção do vírus dentro dos países, as 10 rotas aéreas domésticas mais movimentadas do mundo agora estão na Ásia, de acordo com a OAG Aviation Worldwide. No entanto, a Cathay Pacific Airways, de Hong Kong, e a Singapore Airlines ainda enfrentam problemas, pois não podem contar com mercados domésticos de viagens. As ações da Cathay caíram 26% no acumulado do ano, enquanto os papéis da Singapore Airlines mostram queda de 31%.

(Com a colaboração de Cathy Chan e Ville Heiskanen)

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