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Na ONU, Estados Unidos veta reconhecimento da Palestina como Estado independente

Brasil, China, Rússia e países árabes votaram a favor de chancelar o reconhecimento internacional à Autoridade Palestina

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 18 de abril de 2024 às 19h07.

Última atualização em 18 de abril de 2024 às 19h19.

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Nesta quinta-feira, 18, o governo dos Estados Unidos vetou, no Conselho de Segurança da ONU, a resolução que autorizava o Estado da Palestina a se tornar membro oficial da instituição. A aprovação era simbólica, uma vez que torná-lo membro seria o equivalente a reconhecer a região como estado soberano e independente. Em outras palavras, a existência de um país chamado Palestina.

Na votação, o Estados Unidos foi o único entre os membros permanentes da ONU a vetar a proposta. Entre os membros permanentes, China, Rússia e França votaram a favor de chancelar o reconhecimento internacional à Autoridade Palestina. Brasil e paises árabes, que não são membros permanentes do Conselho e não têm direito a veto, também. Dois países se abstiveram da votação, Reino Unido (membro permanente) e Suíça. 

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"O Conselho de Segurança, tendo examinado a demanda do Estado da Palestina para sua admissão às Nações Unidas, recomenda à Assembleia Geral que o Estado da Palestina seja admitido como membro da ONU", dizia o texto oficial.

Veja como foi a votação

  • A favor: China, Rússia, França, Moçambique, Guiana, Japão, Argélia, Malta, Coreia do Sul, Eslovênia, Sierra Leoa e Equador.
  • Abstenções: Reino Unido e Suíça.
  • Vetos: Estados Unidos.

Somados, foram 12 votos a favor, 2 abstenções e 1 veto. Sendo o EUA membro permanente, o veto é suficiente para que a proposta não seja aprovada.

Negociação entre Israel e palestino

Na votação, o embaixador dos EUA, Robert Wood, afirmou que a Palestina somente será reconhecida internacionalmente como Estado independente quando houver uma negociação entre os palestinos e Israel. "Continuaremos a nos opor a medidas unilaterais que possam minar negociações", disse ele.

O governo da Rússia criticou o voto dos EUA e alertou que a "história não os esquecerá". "O voto mostra o que os americanos pensam de fato sobre os palestinos e se eles merecem ter um estado", disse Vasily Nebenzya, embaixador russo.

Voto do Brasil

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, participou discussão aberta do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova York, nesta quinta-feira, 18. Ele faça um pronunciamento favorável à demanda da Palestina para ser reconhecida como membro pleno da ONU, deixando claro que os desdobramentos recentes do conflito entre Israel e Irã não devem tirar o foco da crise humanitária que acontece na região.

Enquanto votava, Cid declarou que a estabilidade da região depende do reconhecimento internacional da Palestina.

Estado independente da Palestina

O Presidente Palestino, Mahmoud Abbas, entregou a aplicação da Autoridade Palestina para se tornar o 194º membro das Nações Unidas ao então Secretário-Geral Ban Ki-moon em 23 de setembro de 2011. No entanto, à época, a tentativa falhou, já que os palestinos não conseguiram o apoio mínimo necessário.

Em meio à ofensiva militar de Israel em Gaza, os palestinos reviveram, no início de abril, essa candidatura. Após anos de tentativas frustradas de negociações de paz, os palestinos recorreram novamente às Nações Unidas, enviando uma carta ao Conselho de Segurança apoiada por 140 países.

A Assembleia Geral pode admitir um novo Estado membro com uma votação de dois terços da maioria, mas somente após a recomendação do Conselho de Segurança. Os Estados Unidos haviam prometido vetar qualquer resolução endossando a adesão palestina.

(Com Agência Estado)

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