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Ministério das Relações Exteriores da Holanda se desculpa por 'racismo institucional'

A investigação independente revelou que os funcionários não brancos do ministério costumavam se sentir excluídos e ignorados por seus colegas brancos

(AFP Photo/AFP Photo)
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AFP

Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 18h51.

O Ministério das Relações Exteriores da Holanda se desculpou, nesta segunda-feira, 12, depois da divulgação de um relatório que o acusou de racismo institucional.

A investigação independente revelou que os funcionários não brancos do ministério costumavam se sentir excluídos e ignorados por seus colegas brancos.

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Os funcionários não foram "maltratados pessoalmente", mas sofreram "agressões verbais" ao ouvirem pessoas menosprezando outras por sua cor de pele, religião ou origem, diz o documento.

Segundo o relatório, vários funcionários afirmaram que algumas pessoas foram classificadas de "símios" ou "bokitos", em referência ao gorila que fugiu de um zoológico holandês em 2007.

Outros foram chamados de " Zwarte Piet ", um polêmico personagem folclórico que representa uma pessoa negra.

"Um funcionário, inclusive, se referiu aos países africanos como 'países de macacos'", diz o documento.

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O ministro das Relações Exteriores holandês, Wopke Hoekstra, considerou o relatório "doloroso e impactante".

"O que vivenciaram vários colegas do departamento e das missões em todo o mundo é inaceitável e me comove profundamente", tuitou.

O documento indica que, após a análise dos resultados, surgiu a pergunta de se existia "racismo institucional" no ministério. "Concluímos que sim", afirmou Hoekstra.

A Holanda promoveu durante muito tempo uma imagem de sociedade liberal e multicultural, mas, nos últimos anos, o país tem sido confrontado por seu passado como metrópole colonial que participou do tráfico de pessoas negras escravizadas.

Para a investigação, foram realizadas 33 entrevistas. Além disso, foram formados grupos de reflexão com um total de 47 pessoas, entre elas funcionários "biculturais" que trabalhavam tanto em território holandês como no exterior.

O estudo revelou que muitos entrevistados - sobretudo o staff local - se sentiam "ignorados" e "excluídos".

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