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Mais de 70% da população recupera eletricidade em Cuba após quatro dias de apagão

Furacão Oscar deixou seis mortos e agravou a crise elétrica em Cuba, causando apagão generalizado

Furacão Oscar: danos em infraestrutura elétrica deixaram 70% de Cuba sem luz (AFP)

Furacão Oscar: danos em infraestrutura elétrica deixaram 70% de Cuba sem luz (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 22 de outubro de 2024 às 15h18.

Última atualização em 22 de outubro de 2024 às 15h19.

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Mais de 70% da população de Cuba recuperou o serviço de eletricidade após quatro dias de apagão total, causado pela passagem do furacão Oscar. O desastre deixou seis mortos no leste da ilha, conforme comunicado das autoridades nesta terça-feira, 22.

"Nesta manhã, 70,89% dos clientes em Cuba contavam com serviço de eletricidade", informou o Ministério de Energia e Minas pelo X, mencionando que a expansão da cobertura elétrica continua no país.

Colapso no sistema elétrico nacional

Nos últimos dias, o país enfrentou uma situação excepcional com o colapso do sistema elétrico, que começou na sexta-feira após uma pane na principal central termoelétrica do país. A chegada do furacão Oscar, de categoria um, intensificou o cenário ao atingir o extremo-leste da ilha.

Oscar, que foi rapidamente rebaixado a tempestade tropical, provocou seis mortes e danos materiais severos na província de Guantánamo antes de deixar a ilha na noite de segunda-feira.

Na segunda-feira, o presidente Miguel Diaz-Canel anunciou no Noticiero Estelar que as forças armadas estavam liderando as operações de resgate nos municípios de San Antonio del Sur e Imias, em Guantánamo, "onde ainda existem áreas inacessíveis" e "níveis de inundação inéditos".

Esforços de recuperação e protestos populares

A empresa de eletricidade indicou que Guantánamo e Santiago de Cuba são as províncias com menor disponibilidade elétrica no momento. Enquanto isso, no oeste da ilha, a cobertura já chega a 95%, e no centro do país varia entre 40% e 60%.

Em Las Tunas (leste), onde o serviço foi quase totalmente restabelecido, uma moradora relatou à AFP que precisou cozinhar "com lenha" durante os dias de apagão. A interrupção prolongada levou a população a protestar em bairros isolados de Havana, o que gerou advertências de Díaz-Canel sobre distúrbios públicos.

De acordo com o governo, 36% da população tinha energia na noite de segunda-feira, enquanto em Havana a recuperação foi significativa, afetando grande parte dos dois milhões de moradores.

Impacto na vida cotidiana

A falta de eletricidade impactou não apenas a energia, mas também serviços essenciais como água, gás e comunicações, além do transporte, que foi quase inexistente durante o fim de semana.

Para muitos cubanos, o retorno da eletricidade trouxe alívio. "Já era hora, estou dormindo mal há dias", disse Magalis Manzano, de 81 anos, enquanto varria a rua. Olga Gómez, de 59 anos, também expressou felicidade pelo restabelecimento do serviço, já que precisa cuidar de sua mãe idosa e de um filho autista.

No domingo, as autoridades se comprometeram a restabelecer a eletricidade para a maior parte da população até segunda-feira à noite e para todos até esta terça-feira.

Cuba enfrenta sua pior crise econômica em três décadas, marcada pela escassez de alimentos, medicamentos, inflação crescente e apagões crônicos, que limitam o desenvolvimento de atividades produtivas.

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