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Maduro e Petro descongelam acordo comercial entre Venezuela e Colômbia

Maduro e Petro tiverem seu quarto encontro tête-à-tête em um evento com música e danças típicas, sentados nas laterais de uma faixa branca que marcava a fronteira

Maduro e Petro: o presidente da Venezuela disse apostar em uma "zona econômica" comum com condições especiais para o comércio, após firmar junto com Petro o protocolo que relança o convênio (AFP/AFP)

Maduro e Petro: o presidente da Venezuela disse apostar em uma "zona econômica" comum com condições especiais para o comércio, após firmar junto com Petro o protocolo que relança o convênio (AFP/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 07h42.

Os presidentes de Venezuela, Nicolás Maduro, e Colômbia, Gustavo Petro, reativaram, nesta quinta-feira, 16, um acordo comercial assinado pelos dois países em 2011, mas que estava congelado há quatro anos devido à ruptura das relações bilaterais por tensões políticas.

Maduro disse apostar em uma "zona econômica" comum com condições especiais para o comércio, após firmar junto com Petro o protocolo que relança o convênio.

"Este acordo cria as bases para darmos passos nessa direção", afirmou o governante venezuelano durante um ato realizado na ponte fronteiriça Atanasio Girardot, que liga as cidades de Ureña (estado de Táchira, Venezuela) e Cúcuta (departamento de Norte de Santander, Colômbia). "Novos ventos sopram aqui", continuou. "É preciso encher essas pontes de comércio, remover as barreiras que possam existir", disse, por sua vez, Petro.

"Ainda há muito a fazer, porque não se trata de encher essas pontes apenas com comércio, mas com gente [...], não me refiro ao grande capital que quer investir de um lado para o outro, me refiro ao pequeno capital" dos habitantes da fronteira, acrescentou o governante colombiano.

Maduro e Petro tiverem seu quarto encontro tête-à-tête em um evento com música e danças típicas, sentados nas laterais de uma faixa branca que marcava a fronteira.

Caracas e Bogotá retomaram relações após a chegada de Petro ao poder em agosto, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia, com a promessa de "normalizar" a linha divisória comum de 2.200 km, marcada pela presença de grupos armados e pelo tráfico de drogas e contrabando.

As relações haviam sido rompidas em 2019, quando o governo de Iván Duque reconheceu o político opositor Juan Guaidó como "presidente encarregado" do país vizinho por questionamentos à reeleição de Maduro.

O acordo firmado em 2011, após a decisão do falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013) de retirar a Venezuela da Comunidade Andina (CAN), estabelecia preferências tarifárias e critérios para o controle dos produtos a serem comercializados. Entrou em vigor em 2012.

O protocolo firmado nesta quinta "atualiza" tarifas e condições, assinalou Maduro, mas nenhum dos dois governantes deu mais detalhes.

As pontes fronteiriças foram reabertas no fim de setembro. Estavam com passagem restrita desde 2015 e bloqueadas desde 2019, quando Guaidó liderou uma tentativa fracassada de levar alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos, ficando habilitadas apenas para pedestres.

Venezuela e Colômbia querem resgatar um comércio que chegou a 7,2 bilhões de dólares anuais em 2008, mas que despencou para 400 milhões com a ruptura.

O restabelecimento do trânsito levou este número para 1,2 bilhões de dólares em 2022, segundo estimativas da Câmara Colombo-Venezuelana de Integração (CAVECOL).

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